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Governo de Kirchner completa três anos com balanço positivo

A avaliação é de especialistas como ex-vice-ministro de Economia, Orlando Ferreres. Porém, alguns destacam que o presidente peca por criar um clima ruim para os negócios

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente argentino, Néstor Kirchner, completará na próxima quinta-feira três anos de governo com um balanço positivo por parte dos analistas econômicos. Porém, alguns destacam que o presidente peca por criar um clima ruim para os negócios. O ex-vice-ministro de Economia, Orlando Ferreres, afirma que sua preocupação é com a inflação e o investimento. "O governo precisa focalizar-se em conseguir um contexto para que os investidores nacionais e estrangeiros tenham uma percepção favorável de nosso país", explicou. Segundo ele, a "percepção hoje é que o clima de negócios não é muito bom". Ferreres destacou que a variável fundamental para que a Argentina consiga um crescimento sustentável é o investimento. "Nos países que crescem a taxas de 10% ao ano, o investimento é mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) - na Coréia é de 29% e na China chega a 40%. Para continuar crescendo a 9%, o investimento deveria chegar a essa relação (em 2005 foi de 21,5% do PIB)", afirmou. Ferreres disse que se a taxa de investimento na Argentina chegar a 25% do PIB, em cinco anos poderia registrar um crescimento de 6% por ano. "Se for abaixo de 25%, o crescimento chegaria a 4%, o que não seria suficiente para resolver os problemas sociais do país", ressaltou. Elogio O economista Marcelo Lascano, assim como os demais, elogiou a administração de Kirchner por ter "acumulado um crescimento de 30%, uma paulatina queda do desemprego (agora em torno de 14%), um aumento da taxa de investimento e o acúmulo do superávit fiscal". Porém, observou que "não há uma estratégia de médio e longo prazo, principalmente no que diz respeito à infra-estrutura. É por isso que há uma crise energética". Lascano também acredita que "existe confusão na estratégia de inserção internacional" e "o desempenho diplomático do governo Kirchner foi pouco ambicioso". Para o analista Daniel Artana, o maior ponto favorável do governo é o superávit fiscal. Mas ele opinou que Kirchner "manteve os preços do setor de energia muito baixos por muito tempo, o que produziu incertezas sobre a disponibilidade energética no futuro". Artana disse que a "solução para subir os preços chegou tarde e por uma via ineficiente como as taxas que serão incluídas na tarifa para financiar novos investimentos no setor".

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