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Governo de São Paulo marca leilão da Cesp para 26 de setembro

Contratos de concessões de hidrelétricas da empresa vencerão até 2028, o que reduz atratividade do certame

Por Luciana Collet
Atualização:

O governo do Estado de São Paulo marcou para o dia 26 de setembro, na Bolsa de Valores, o leilão de privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), quando será conhecido o novo controlador da geradora. As propostas deverão ser apresentadas na B3 no dia 18. O edital será publicado nesta quinta-feira, 3, no Diário Oficial do Estado de São Paulo e trará detalhes como o preço mínimo a ser arrecadado pelo governo com a venda.

O Governo de São Paulo já esperava realizar o leilão de concessão da Cesp até setembro. Foto: Clayton de Souza

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O governo paulista vai pôr à venda os cerca de 40% do capital da companhia detidos atualmente pela Fazenda do Estado de São Paulo, Companhia Paulista de Parcerias,o Metrô, Sabesp e Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE). Com base no preço das ações de quarta-feira, 2, o valor de mercado da Cesp é de cerca de R$ 5 bilhões.

As decisões finais relacionadas ao processo de privatização da Cesp foram definidas na quarta-feira em reunião do Programa Estadual de Desestatização (PED).

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Em conversa com o Estadão/Broadcast, após o encontro, o secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Hélcio Tokeshi, salientou que o governo está otimista com a privatização e espera a conclusão da venda até o fim do ano. Ele evitou, porém, dar uma indicação muito precisa sobre a quantidade de interessados que o governo espera para o certame.

A Cesp está sendo ofertada ao mercado significativamente menor do que já foi. Atualmente, a companhia tem apenas três usinas hidrelétricas, que somam 1.654 MW de capacidade instalada e cujos contratos de concessão vencem entre 2020 e 2028. O governo paulista chegou a buscar com o governo federal a prorrogação do contrato de sua principal usina, Porto Primavera (1.540 MW), que vence em 2028, visando também a obter um valor maior para a companhia, mas as contrapartidas exigidas levaram o Estado de São Paulo a optar por dar seguimento à privatização com os contratos atuais.

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Analistas de mercado consideraram que a alternativa retirou atratividade da companhia, refletindo na perda de interesse para alguns investidores. A Engie, uma das principais geradoras privadas de energia no País, descartou participar do leilão. “Não faz sentido adquirir a Cesp se boa parte das nossas concessões também vencem em 2028”, disse, na semana passada, o presidente da Engie, Eduardo Sattamini, ao Estadão/Broadcast.

A entrada de um novato no mercado brasileiro para assumir o ativo é uma das apostas do mercado.

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