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Governo descarta adiar leilão do pré-sal

Às vésperas do leilão do campo de Libra, petroleiros protestam contra a realização da rodada; governo federal enviará tropas da Força Nacional para garantir segurança no leilão

Por Wellington Bahnemann , Sabrina Valle e da Agência Estado
Atualização:

RIO/BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, descartam nesta quinta-feira, 17, adiar o primeiro leilão do pré-sal, no campo de Libra, marcado para a próxima segunda, 21. Trabalhadores do setor de petróleo iniciaram nesta manhã uma greve contra a realização da rodada e chegaram a ocupar a sede das Minas e Energia.

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Questionado se algo poderia adiar o calendário, Lobão disse, durante balanço da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que o leilão "está posto" para a próxima segunda "e será realizado". Já Magda disse que não existe a possibilidade de adiamento do leilão e acrescentou que haverá forte esquema de segurança.

O governo federal informou, inclusive, que encaminhará ao Rio de Janeiro tropas da Força Nacional de Segurança. Militares do Exército também estão sendo convocados. O Ministério da Defesa realiza, na tarde desta quinta-feira, reunião para definir o efetivo das forças e a estratégia adotada para a segurança do leilão, o primeiro de uma área na região do pré-sal.

Magda afirmou não estar preocupada com os protestos contra o leilão ou ações judiciais para paralisar a rodada. Segundo ela, as manifestações fazem parte do processo democrático e as contestações na Justiça acontecem tradicionalmente em todos os leilões. Magda reforçou que há uma equipe de advogados da agência para assegurar a rodada. "Estamos preparados", disse.O primeiro leilão do pré-sal não deverá contar com a participação da presidente da República, Dilma Rousseff, nem da presidente da Petrobrás, Graça Foster, que será realizado em um hotel no Rio de Janeiro.A Petrobrás será representada pelo seu diretor de Exploração & Produção, José Miranda Formigli, e gerentes executivos, de acordo com informações da área de comunicação da estatal.Expectativa. O secretário-executivo de Óleo e Gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Marco Antonio Almeida, voltou a dizer que o governo espera entre 1 a 4 consórcios participando do leilão de Libra, pré-sal de Santos, na segunda-feira.Lembrou que 11 empresas se habilitaram a participar e que as regras determinam um máximo de cinco companhias por cada consórcio. Almeida disse ainda que nove das 11 pagaram suas parcelas de garantias para participar, uma taxa que soma R$ 156 milhões por consórcio. Por ser cara ele diz especular que todas as que depositaram as garantias de fato farão lances. "Nada é cristalino neste momento, precisamos esperar para ver", disse.Segundo Almeida, é possível que as duas empresas que não pagaram não participem do leilão. Mas o executivo não descartou que as petroleiras tenham sido "carregadas" por outras companhias, que possam ter adiantado o pagamento em nome das parceiras. O nome das duas não foi revelado, mas o Broadcast apurou serem Ecopetrol e ONGC.Almeida foi destacado para presidir o conselho de administração da PPSA, empresa que vai gerir os contratos de partilha. Ele disse que é esperada a convocação formal da diretoria, nomeada neste mês, dentro de cerca de uma semana, faltando apenas trâmites burocráticos.O secretário-executivo preferiu não comentar a redução da defasagem do preço da gasolina vendida pela Petrobrás nas refinarias, em comparação com as cotações internacionais. Almeida disse que, apesar de o governo fazer parte do conselho de administração da Petrobrás, esta é uma decisão interna da empresa.

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