Governo deve adiar votação da reforma trabalhista para semana que vem
Apesar de considerar ter margem suficiente para aprovação, plano seria ganhar tempo para convencer grupo de indecisos
Por Redação
Atualização:
BRASÍLIA - Embora considere já ter o número suficiente de votos para aprovar a reforma trabalhista na Câmara, o governo deve adiar nesta terça-feira, 4, a apreciação do texto no plenário para a semana que vem.
O plano é ganhar tempo para convencer um grupo de deputados que permanece indeciso, o que daria uma margem considerada confortável para uma vitória.
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O governo considera que pode ter entre 43 e 48 votos. Para aprovar o texto, são necessários 41 votos. Há um grupo de indecisos que preocupa o governo. Entre eles, estão os senadores que reconhecem a importância da reforma, mas têm críticas, como Lasier Martins (PSD-RS), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Magno Malta (PR-ES).
Urgência. No começo da tarde desta terça-feira, senadores realizaram sessão prévia de debate no plenário, dentro da sessão que precede a ordem do dia. O debate começou às 14h. Na agenda do dia, está, entre outros itens, a votação do requerimento de regime de urgência para a tramitação do projeto de reforma trabalhista.
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Não há horário programado para o início da ordem do dia. Se o pedido de urgência for aprovado, o projeto entra na pauta do plenário na segunda sessão ordinária seguinte, podendo ser votado a qualquer momento.
Fácil. Considerada “a mais fácil” das duas reformas estruturais em tramitação no Congresso, a mudança na legislação trabalhista foi aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos e pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, mas rejeitada pela Comissão de Assuntos Sociais. O governo articula um acordo com vários senadores que se declaram indecisos sobre o tema para aprovar o projeto.