PUBLICIDADE

Governo deve realizar novo corte no orçamento

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar da desvalorização do peso estabelecida pela lei de Emergência Econômica e Reforma do Regime Cambial, aprovada por deputados e senadores, o projeto de lei de orçamento nacional para 2002 que o Ministério da Economia da Argentina enviará ao Congresso deverá incluir um novo corte de gastos públicos de 8 bilhões de pesos, para o país atingir o equilíbrio fiscal. O montante do ajuste é resultado, segundo o jornal La Nación, da diferença entre o déficit fiscal de 11 bilhões de pesos em 2001 - bem longe da estimativa apresentada pelo ex-ministro Domingo Cavallo ao Fundo Monetário Internacional, de US$ 6,5 bilhões - e a emissão de 3 bilhões de pesos que o governo do presidente Eduardo Duhalde injetará no mercado nas próximas semanas. Além dessa diferença entre a receita e as despesas do Estado, a Argentina enfrenta uma enorme queda da arrecadação tributária - de 30% em dezembro - e não pode promover uma emissão descontrolada de moeda que alimente uma desvalorização ainda maior do peso em relação ao dólar, o que levaria a inflação a disparar. Parte da redução de receita poderá ser compensada com a economia decorrente da troca dos títulos da dívida externa realizada em dezembro passado. Mas a situação geral não deve permitir a suspensão do corte de 13% dos salários dos funcionários públicos e das aposentadorias, estabelecido pelo governo de Fernando de la Rúa. Fontes do Ministério da Economia afirmam que o fim do semiconfisco dos depósitos bancários será gradativo. Apesar de o chamado "curralzinho" dos depósitos manter latente o risco de um novo "panelaço" de protesto contra o governo por parte da classe média, ele é importante para o governo porque evita que as pessoas saquem seus pesos e alimentem o mercado paralelo do dólar, provocando desvalorizações em cadeia. O governo espera que a cotação "livre" do dólar fique em 1,50 peso, cerca de 10% acima do valor estabelecido para o câmbio oficial, embora as mesmas fontes tenham afirmado que o Ministério da Economia espera que a primeira reação ao fim da paridade faça o dólar subir muito mais, para depois se estabilizar. Leia o especial

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.