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Governo do Paraná confirma existência de 2 focos de aftosa

Um deles em Toledo, no Oeste do Paraná, e outro em Londrina, no Norte.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Superintendência Federal de Agricultura do Paraná confirmou na tarde desta sexta-feira que existe uma suspeita de febre aftosa em oito fazendas que ficam na divisa do Estado com o Mato Grosso do Sul. Os sintomas clínicos indicam que os animais estão com febre aftosa. O material colhido dos rebanhos foi encaminhado para a análise no Lanagro, laboratório em Belém no Pará. No final da tarde, o site do governo do Paraná publicou nota destacando que a Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado identificou dois focos de aftosa no interior do Paraná. Um deles em Toledo, no Oeste do Paraná, e outro em Londrina, no Norte. Situação no MS Técnicos do Ministério da Agricultura afirmaram hoje que ficaram surpresos com a declaração do secretário de Defesa Agropecuária da pasta, Gabriel Alves Maciel, que disse ontem, em entrevista coletiva, que havia apenas um foco de febre aftosa no Mato Grosso do Sul. "O foco é um só, espalhado pelas propriedades", disse o secretário. O governo já confirmou cinco registros da doença nos municípios de Eldorado e Japorã, que ficam no extremo sul do Estado. Um técnico da pasta lembrou que cada foco deve ser considerado de forma isolada. Essa é, inclusive, a interpretação feita pelos organismos internacionais de defesa sanitária animal, como a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla antiga) e o Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa). O próprio ministério já havia retificado informação referente aos casos confirmados nesta semana, sustentando a determinação de que cada foco deve ser tratado de forma isolada. Na segunda-feira, o ministério divulgou que havia sido confirmado um único foco da doença nos sítios Santo Antônio e Benedito, do mesmo proprietário. A informação inicial era que as duas propriedades "dividiam cerca" e que por isso havia a necessidade de registrar apenas uma ocorrência. Depois, constatou-se que os sítios não eram vizinhos e os rebanhos das duas propriedades estavam infectados. O ministério notificou os organismos internacionais e compradores da carne brasileira da ocorrência de dois focos nos sítios. "Há uma boa distância entre os dois sítios. São unidades epidemiológicas distintas", disse, na época, um técnico do governo. Confusão de informações Para um interlocutor do ministério, houve uma "pequena confusão". Fonte da iniciativa privada foi mais eloqüente. "Pode estar sendo montada a operação abafa. Não é bom para a economia do País divulgar a confirmação de novos focos de aftosa, mas a situação exige transparência", afirmou", disse. Essa fonte lembrou que Maciel também negou ontem que duas novas suspeitas estavam sendo investigadas. A declaração do secretário contradiz a Assessoria de Imprensa da pasta que informou, na terça-feira, que a possibilidade de novos focos estava sendo investigada. Carne embargada Outra polêmica que ronda a descoberta de focos de aftosa no Mato Grosso do Sul é o impacto na exportação. Até agora, 41 países embargaram de forma parcial ou total a carne brasileira ( Veja gráfico). Entre os países que suspenderam as compras está o Egito, que barrou as importações de carne bovina congelada e desossada e todos os subprodutos de origem bovina. Levantamento divulgado pelo Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostra que o Egito foi o segundo principal destino da carne bovina "in natura" no acumulado do ano até setembro, com compras de US$ 205 milhões. O governo não se pronuncia sobre o assunto, mas o secretário disse que é preciso ter paciência para reverter os embargos. "Essas questões não se resolvem em 24 horas. O processo tem que ser dinâmico, conversar e mostrar o que estamos fazendo. No momento que os compradores estiverem convencidos do que estamos fazendo, com muita transparência, começa a flexibilização", completou.

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