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Governo e cadeia têxtil assinam documento com metas para o setor

Governo e a cadeia produtiva de têxteis assinam amanhã um documento no qual estão definidos os compromissos do governo federal e as metas a serem atingidas pelo setor até 2011

Por Agencia Estado
Atualização:

Governo e a cadeia produtiva de têxteis assinam amanhã, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, um documento, que recebeu o nome de Contrato de Competitividade, no qual estão definidos os compromissos do governo federal e as metas a serem atingidas pelo setor até 2011. É a conclusão dos trabalhos do primeiro Fórum de Competitividade iniciados em 1999. O secretário de Desenvolvimento da Produção e responsável pela coordenação das atividades dos fóruns, Reginaldo Arcuri, disse que a grande diferença entre o contrato a ser assinado e os outros documentos já produzidos anteriormente é a definição clara de como as metas serão atingidas. "Não é um chute ou uma declaração de intenções. Com este documento estamos dizendo onde, em que ano e de que forma as coisas acontecerão", declarou à Agência Estado. O setor produtivo se compromete com o atendimento de oito metas. Deverão ser investidos, entre 2000 e 2011, US$ 12,6 bilhões com recursos das próprias empresas e das linhas de crédito do Banco Nacional Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Programa Brasil-Empreendedor. As exportações devem atingir US$ 2,5 bilhões em 2005 e US$ 4,3 bilhões em 2008. No ano passado, as exportações somaram US$ 1,31 bilhão, 7% a mais que o resultado de 2000. A cadeia também conseguiu em 2001 reduzir em 23% as importações e apresentou o primeiro saldo positivo na balança comercial desde 1994, no valor de US$ 73 milhões. Segundo Arcuri, o cumprimento da meta significa atingir 1% das exportações mundiais de têxteis em 2008. O setor também se compromete a aumentar o número de postos de trabalhos em 160 mil na indústria e outros 160 mil na agricultura entre 1999 e 2005. Metas O Contrato de Competitividade determina as metas por período de tempo e por elos da cadeia. As exportações, por exemplo, deverão atingir US$ 1, 528 bilhão este ano, saltar para US$ 1,8 bilhão em 2003 até atingir US$ 4,3 bilhões em 2008. O quadro de exportações ainda projeta as importações no período e os superávites a serem alcançados. Este ano, o saldo comercial do setor deve ser de US$ 343,8 milhões. Em 2008, a meta fixada é chegar a US$ 2,9 bilhões. Arcuri informou que todos os números foram ajustados com os empresários na semana passada. "Estamos completando um ciclo num momento interessante, quando Deus e o mundo está falando de política industrial", disse. O secretário informou que um contrato semelhante já está sendo redigido no âmbito do Fórum de Competitividade da Construção Civil e deve ser assinado no próximo mês. Ele acredita ser possível concluir também os trabalhos ainda este ano dos Fóruns de Turismo, Madeira e Móveis, Couro e Calçados e Eletroeletrônicos. Arcuri garantiu que o contrato não é a proposição de novas políticas industriais. Segundo ele, o documento é na verdade um contrato de gestão pública que servirá como referencial. "O objetivo não é alcançar a meta em si mas medir o que acontecer para mais ou para menos em relação ao objetivo inicial", explicou. Para o secretário a palavra chave não é pólo de metas mas competitividade. Ele ressalta que aumentar a competitividade da cadeia envolve em grande escala ações do governo. Por isso, no contrato, o governo se compromete a dar continuidade a uma série de ações em andamento como a liberação de linhas de crédito para micro, pequenas e médias empresas e para a aquisição de máquinas e equipamentos importados, além da redução de imposto de importação para equipamentos sem similares nacionais. O documento elenca 20 medidas governamentais. "Normalmente a perda de competitividade é um problema tipicamente governamental", destaca o secretário. Ele ressalta que o documento permitirá reduzir o tempo para tomada de decisões.

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