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Governo e FMI já discutem renovação de acordo

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo brasileiro já iniciou sondagens formais junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para identificar as possibilidades de renovar o acordo com o FMI que não dificulte a retomada do crescimento econômico e dê maior liberdade do governo para investir na área social. ?As sondagens até agora foram positivas?, disse uma fonte consultada pela Agência Estado. O representante do Brasil no Fundo, Murilo Portugal, está sendo o responsável pelas conversas iniciais com dirigentes da instituição. Essas conversas serão intensificadas pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, durante a reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial (BIRD), que se realiza este ano, no período de 19 a 24 de setembro, na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes. Os entendimentos com o Fundo são ainda preliminares, e uma negociação formal somente deverá ser iniciada ao final de outubro e início de novembro, caso o governo decida por renovar o acordo atual, que se encerra em dezembro. Até lá, a preocupação do staff brasileiro é reunir as melhores condições de cumprimento das metas acertadas no programa econômico em vigor, principalmente a de gerar um superávit primário de 4,25% do PIB. A possibilidade de um novo acordo com o Fundo Monetário não é descartada na área econômica e tampouco pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, tem conversado com Lula e com o ministro da Casa Civil, José Dirceu, e relatado cada um dos passos dados até agora nas sondagens sobre a possibilidade de um novo acordo que atenda aos interesses do Brasil. O presidente Lula, Dirceu e Palocci querem caracterizar a nova negociação, se houver um novo acordo, como resultado de um entendimento que dará forma ao ?acordo do PT?. Isso significa dar ao País liberdade para execução de um programa econômico que mantenha o rigor fiscal defendido pelo FMI, mas, ao mesmo tempo, crie as condições necessárias à retomada do crescimento econômico com garantia de novos investimentos nas áreas de infra-estrutura e nos programas sociais. A blindagem financeira do País, um aspecto mais intrínseco à equipe econômica, também é considerado nas avaliações políticas. O ministro Palocci tem explicitado, em conversas informais, que a renovação garantiria ao País recursos suficientes para enfrentar, com segurança, uma eventual crise externa. Palocci sustenta que as condições atuais brasileiras são excelentes, que não há dúvidas quanto à responsabilidade fiscal do novo governo, mas sabe que um novo empréstimo ? ainda que se tenha por opção não sacar as parcelas - seria oportuno ao Brasil. A equipe econômica é defensora da tese de que é melhor construir um novo acordo com o Fundo ?em momento de tranqüilidade no cenário internacional? do que em uma situação emergencial.

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