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Governo e produtores argentinos medem força em passeatas

Por NICOLAS MISCULIN
Atualização:

Fazendeiros argentinos realizaram neste domingo uma grande manifestação contra a política agrária do governo, antes de um outro evento público programado para o Dia da Revolução onde a presidente argentina, Cristina Kirschner, deve procurar apoio para seu imposto impopular sobre a soja. A Argentina é um dos maiores exportadores do mundo de trigo, soja, milho e carne, e o protesto na segundo maior cidade do país, Rosário, é vista como uma forma de demostração da força dos ruralistas antes das negocições como o governo, na segunda-feira. Conversas entre fazendeiros e o governo, na última quinta-feira, não trouxeram nenhuma solução para o conflito que já dura três meses e está relacionado ao imposto sobre a soja, que tem atingido as vantagens dos preços argentinos, alimentando a demanda por dólar e afetando a popularidade da presidente. "Nós queremos que toda a Argentina reconheça o que os fazendeiros fazem pelo país", disse uma mulher na passeata em Rosário para a emissora TN. Ela não quis dar seu nome, mas afirmou que ela produz milho, trigo, soja e carne. Grupos rurais esperam mais de 100 mil pessoas de todas as partes do país em sua reunião em Rosário, um porto chave de exportação de grãos, a 300 quilômetros ao norte de Buenos Aires. "Já temos bastante gente, muito mais do que o esperado", disse Ricardo Buryaile, vice-presidente da Confederação Rural da Argentina, um dos quatros grandes grupos rurais no país. Cristina criticou a manisfestação, afirmando que esta é uma plataforma para a oposição politica. Líderes da oposição se programaram para comparecer ao protesto, mas os grupos ruralistas disseram que apenas seus próprios líderes discusariam em Rosário. A presidente Cristina viajou para falar frente a 10 mil pessoas nesta tarde, em um evento do governo ao norte de Salta, em comemoração do Dia da Revolução, um importante feriado nacional. Desde 11 de março, quando o governo anunciou um novo imposto sobre as exportações de soja, os fazendeiros já organizaram duas grandes paralisações, uma que durou 3 semanas e outra 2 semanas. Nas paralisações, agricultores impediram o abastecimento de grãos e carnes nos mercados. Altos preços globais para produtos rurais trouxeram ganhos elevados para produtores na Argentina. (Reportagem de )

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