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Governo economiza R$ 7,9 bi para pagar juros

Mesmo assim, o valor é insuficiente, já que o valor desta despesa foi de R$ 14,087 bilhões

Por Fabio Graner , Gustavo Freire e da Agência Estado
Atualização:

O setor público (União, Estados, municípios e empresas estatais) registrou em julho superávit primário de R$ 7,904 bilhões, 40,7% acima do verificado em igual mês de 2006, que foi de R$ 5,615 bilhões. O superávit primário é o resultado da diferença entre receitas e despesas, sem contabilizar os gastos com os juros da dívida pública. É o chamado esforço fiscal, feito para evitar a expansão do endividamento público e melhorar a percepção de risco dos investidores sobre a economia brasileira.   O superávit primário ficou dentro das estimativas dos analistas de 12 instituições financeiras consultadas pelo AE Projeções, que previam um resultado entre R$ 6,300 bilhões e R$ 9,700 bilhões. O resultado superou a mediana das projeções, que era de R$ 7,2 bilhões. Para o desempenho de julho, o governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) fez uma economia para o pagamento de juros de R$ 4,952 bilhões; os governos regionais, R$ 2,224 bilhões (tendo os Estados contribuído com R$ 1,739 bilhão e os municípios, R$ 485 milhões) e as empresas estatais apresentaram resultados primários (procura medir o comportamento fiscal do governo no período) de R$ 728 milhões. As empresas estatais federais contribuíram com um superávit de R$ 708 milhões. Acumulado Nos sete primeiros meses do ano, o setor público acumula superávit de R$ 79,578 bilhões, correspondente a 5,58% do PIB. O governo central, no período, acumula superávit de R$ 49,068 bilhões; os governos regionais, de R$ 21,797 bilhões (sendo R$ 19,277 bilhões dos Estados); e as empresas estatais, R$ 8,713 bilhões (sendo R$ 7,834 bilhões das estatais federais). No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em julho, o superávit ficou R$ 106,953 bilhões, o equivalente a 4,37% do Produto Interno Bruto (PIB), um percentual bem acima dos 3,8% previstos na meta para o ano. O valor nominal do superávit em 12 meses está cerca de R$ 11 bilhões acima da meta. No superávit em 12 meses, o governo central contribuiu com R$ 58,288 bilhões; os governos regionais, com R$ 28,278 bilhões (sendo R$ 24,486 bilhões dos Estados) e as empresas estatais com R$ 20,387 bilhões (sendo R$ 16,720 bilhões das estatais federais).   Pagamento de juros   A economia para pagamento de juros, entratando, ainda é insuficiente. O País gastou R$ 14,087 bilhões em julho. No mês anterior, os gastos com juros haviam ficado em R$ 10,970 bilhões e, em julho do ano passado, esses gastos foram de R$ 13,455 bilhões. Com isso, o déficit nominal do setor público atingiu em julho R$ 6,184 bilhões. O valor é inferior ao R$ 7,840 bilhões de julho do ano passado.   O chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes, informou que o déficit nominal de 2,08% do PIB no acumulado em 12 meses terminados em julho é o menor da série histórica do BC. Ele destaca que isso aconteceu mesmo em um mês em que o déficit nominal foi mais elevado por causa da apreciação cambial de 2,5%, que elevou a carga de juros, já que o governo, como é credor em câmbio, perde quando há valorização do real.   Divida líquida   A dívida líquida do setor público fechou o mês de julho em 44,4% do Produto Interno Bruto (PIB). O porcentual correspondia a R$ 1,104 trilhão. Em junho, a dívida líquida estava em 44,3% do PIB e correspondia a R$ 1,095 trilhão.  Esta dívida é representada pelo saldo líquido do endividamento do setor público não-financeiro e do Banco Central com o sistema financeiro (público e privado), com o setor privado não-financeiro e com o resto do mundo. No acumulado do ano, a dívida líquida em relação ao PIB ainda apresenta queda de 0,5 ponto porcentual.  

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