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Governo emite R$ 40 bilhões em títulos para o BC

Recursos serão usados pela autoridade monetária nas operações em que o BC coloca títulos de sua carteira em mercado para reduzir a liquidez da economia

Foto do author Lorenna Rodrigues
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast) e BRASÍLIA
Atualização:

Após anunciar o pagamento de R$ 72,4 bilhões relativos às pedaladas fiscais em 2015, o governo teve que emitir R$ 40 bilhões em títulos públicos para reforçar a carteira do Banco Central, montante que aumentará a dívida pública federal. Os recursos serão usados pela autoridade monetária nas chamadas operações compromissadas, em que o BC coloca títulos de sua carteira em mercado para retirar dinheiro de circulação e reduzir a liquidez da economia e a pressão inflacionária. Toda vez que o montante de títulos na carteira do Banco Central cai abaixo de R$ 20 bilhões, o Tesouro precisa fazer nova emissão direta. Em nota, o Ministério da Fazenda disse que a emissão foi feita para manter a carteira do BC em “dimensões adequadas”. A Fazenda afirma que há uma ampliação sazonal da liquidez em janeiro, com o vencimento de R$ 141,9 bilhões de títulos públicos em mercado. O texto não cita o pagamento das "pedaladas fiscais", que somou R$ 72,4 bilhões em 2015, sendo R$ 55,8 bilhões em dezembro, e que trará pressão sobre a liquidez da economia. Na semana passada, o secretário-interino do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, disse que a operação não terá impacto inflacionário, pois o BC controlará a liquidez com as operações compromissadas. Parte das pedaladas foi paga com recursos do chamado colchão da dívida, gerado pela venda de títulos. Na nota de ontem, a Fazenda disse que as emissões para recompor o colchão deverão ocorrer ao longo do primeiro trimestre de 2016 – em abril, há nova concentração de vencimentos de títulos públicos. O especialista em Contas Públicas, Felipe Salto, disse que a emissão irá impactar a dívida pública federal e poderá aumentar também a dívida bruta. “Estamos aumentando a dívida. Não estamos resolvendo o desajuste fiscal”, afirmou.

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