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Governo encerra contrato com agência que fez relatório sobre 'detratores'

BR+ Comunicação tinha feito lista com jornalistas contra e a favor das políticas do Ministério e do ministro Paulo Guedes; tarefa custou R$ 36 mil aos cofres públicos

Foto do author Lorenna Rodrigues
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O Ministério da Economia encerrou antecipadamente o vínculo com a agência de comunicação BR+ Comunicação. A empresa produziu um relatório, revelado pelo jornalista Rubens Valente, do UOL, em que classificou jornalistas como “detratores” e “favoráveis” a partir da avaliação feita de postagens de influenciadores sobre o Ministério da Economia e o ministro Paulo Guedes

Segundo informação da pasta, embora o fim do contrato estivesse previsto para 31 de dezembro deste ano, o ministério solicitou a antecipação do encerramento do Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado com a agência.

Paulo Guedes, ministro da Economia de Jair Bolsonaro Foto: Gabriela Biló/Estadão

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A Economia informou ter pago R$ 36.343,00 pelo produto “Mapa de influenciadores”. O valor total do TED poderia chegar a R$ 2,7 milhões, mas foram pagos R$ 1,311 milhão para a agência para a contratação de serviços para a assessoria de comunicação da Pasta, como jornalistas, designers e gerentes de eventos. 

O ministério disse ainda não ter um contrato firmado com a agência, mas um termo, que vigorou desde junho. O Termo de Execução Descentralizada é um instrumento por meio do qual é possível descentralizar recursos do Orçamento de um órgão para o outro, para a execução de programas de interesse recíproco”. Originalmente, o contrato da BR+ foi firmado com o Ministério da Ciência e Tecnologia. 

Relatório

No relatório, a BR+ orienta o governo a lidar com os influenciadores. As medidas vão de esclarecimentos ao "monitoramento preventivo". O “Mapa de influenciadores”, analisou postagens feitas em maio de 2020 sobre Guedes e seu ministério. 

Em nota, a BR+ Comunicação afirmou que o uso termo “detrator”, costumeiramente utilizado para se referir a traidores da pátria, “foi um erro de processo, já corrigido pela empresa”. “Nosso padrão de monitoramento, que é uma técnica comum e utilizada por todas as assessorias, utiliza as expressões ‘Negativo’, ‘Positivo' e ‘Neutro’. Pedimos desculpas ao cliente e aos influenciadores pelo mal-entendido, que, reiteramos, já foi sanado”, diz a nota.

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