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Governo espera que AES se manifeste sobre dívida, diz Dilma

Por Agencia Estado
Atualização:

A ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, disse hoje que o governo está esperando para saber o que a AES vai fazer em relação à dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ela afirmou não ter conhecimento se foi apresentada alguma proposta da empresa porque passou o dia reunida com técnicos e autoridades argentinas em Buenos Aires. "Quem deve tem que pagar. Isso é um pré-requisito. Não tem contrato mais sagrado que o do devedor com o credor", afirmou Dilma. Ela disse também considerar insustentável um devedor que sistematicamente não paga. Mas assegurou que ninguém quer uma briga indefinida e que um acordo de pagamento é a melhor saída. A ministra afirmou também que o governo quer ser ressarcido. Questionada sobre o argumento do secretário-adjunto de Comércio dos EUA, Willian H. Lash, segundo o qual um dos problemas da AES seria o não pagamento de energia consumida por municípios e Estados brasileiros, Dilma disse: "Não sei a dimensão da dívida. Se procede ou não. Mas se existir, tem que cobrar". Para a ministra, essa questão não deve afetar o fornecimento de energia em São Paulo. "Não creio que haja problemas no fornecimento de serviços porque a Eletropaulo é talvez a melhor concessão de energia elétrica no País. Gera um fluxo de caixa de US$ 1 bilhão por ano. Essa hipótese (de apagão) é impensável", disse ela. Segundo Dilma, o problema de endividamento é um problema financeiro e não pode contaminar a concessão de serviços públicos. Gestão Dilma explicou que todos os países do continente latino-americano que passaram por duas políticas, a do câmbio fixo e aquelas fundadas na disponibilidade de capital externo, e não geraram receitas nem divisas, tiveram problemas com as empresas. Segundo ela, as companhias do setor elétrico estão em uma situação média. Aquelas que tiveram problema não se protegeram da desvalorização cambial e ainda sofrem os reflexos da desvalorização do real de 1999. "Houve um problema de macroeconomia?", questionou. "Sim, mas no caso das empresas houve problemas de gestão porque não realizaram hedge", respondeu. A ministra lembrou que esse problema do setor energético não ocorre somente no Brasil, mas também nos EUA, e mencinou o caso Enron.

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