PUBLICIDADE

Publicidade

Governo estuda medidas de apoio à produção de grãos

Por Fabiola Salvador
Atualização:

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocará uma reunião entre ministros para discutir uma política de apoio à produção de quatro produtos agrícolas considerados como "sensíveis" pelo governo. São eles: trigo, arroz, milho e feijão. Segundo ele, esse encontro deve acontecer nos próximos dez dias e as medidas serão anunciadas num prazo de 30 dias. Stephanes não disse o nome dos ministros que devem participar da reunião com Lula, mas é possível que, além dele, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, participem do encontro. Segundo Stephanes, a idéia do governo é estimular a produção desses produtos por meio de liberação de crédito, garantia de preço mínimo para o período de comercialização e seguro rural. No caso do feijão, por exemplo, o ministro contou que os preços subiram de R$ 60 por saca para R$ 210 por saca, o que teve impacto de 0,5% nos índices de inflação. Os preços subiram, segundo ele, porque as cotações, no passado, chegaram a R$ 35 por saca, o que desestimulou o plantio. "Os produtores não plantaram porque os preços estavam baixos e não havia uma política de garantia de preço", afirmou ele, lembrando que a conseqüência foi a redução da oferta interna. O ministro disse que, nesse caso, o ideal seria que o governo definisse o preço mínimo de garantia entre R$ 60 e R$ 80 por saca. No caso do arroz, o ministro avaliou que esse cereal é produzido para consumo interno na maioria dos países, e que apenas 25% da safra mundial são exportados. Só a Austrália exporta 10% desse total, mas problemas climáticos naquele país reduziram a oferta mundial. Stephanes lembrou ainda que os preços do arroz no mercado externo subiram muito mais do que no mercado interno. No exterior, os preços chegaram a subir 120% enquanto a oscilação no mercado interno foi de 35%. Mesmo diante desse quadro, ele negou que haja risco de desabastecimento e lembrou que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem estoques, assim como as grandes marcas que trabalham no País. Ele disse que haveria um problema no mercado interno caso as exportações de arroz fossem de 2 milhões de toneladas, o que não deve acontecer.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.