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Governo evita palavra 'pacote', mas Bernardo confirma medidas

Lula e Mantega devem se reunir para analisar as mudanças que depois serão aprovadas em reunião do CMN

Foto do author Adriana Fernandes
Por Renata Veríssimo , Adriana Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

Apesar de não tratar como um pacote as medidas cambiais que podem ser anunciadas nesta quarta-feira, 12, o governo continua focado na preparação de novas regras que poderão reduzir a desvalorização do dólar frente ao real. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, confirmou nesta quarta-feira o estudo de medidas "pontuais" de ajuste na área cambial, mas negou que se trate de um pacote. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva devem se reunir para analisar as mudanças. Depois de submetidas ao presidente, tais medidas serão encaminhadas para o Conselho Monetário Nacional (CMN). Veja também:Economia brasileira cresce 5,4% em 2007 Governo anuncia hoje primeiras medidas para conter queda do dólarObjetivo é desestimular entrada de capital especulativoMedidas são inócuas, dizem economistas  Mantega disse hoje que a taxa de câmbio atual tem o aspecto positivo de baratear a importação de bens de capital. Ele, no entanto, admitiu que o câmbio "é uma faca de dois gumes" porque encarece o produto exportado. No final desta manhã, o dólar comercial era negociado em torno de R$ 1,68, no mesmo nível de maio de 1999. A política industrial deve ter um forte viés exportador, principalmente para estimular a venda de manufaturados", acrescentou Mantega, ao se referir à política industrial em elaboração pelo governo. "Queremos manter o setor externo como um pilar da economia brasileira", disse o ministro. Ele destacou ainda que o governo vai continuar reforçando as reservas internacionais brasileiras. Ele destacou que esse reforço tem permitido ao País enfrentar a crise externa. O ministro avaliou que a crise externa tornou-se mais grave. "Temos que nos precaver", disse o ministro. Mantega admitiu que, com o agravamento da crise externa, é possível que haja uma desaceleração do crescimento brasileiro em 2008. Hoje, disse o ministro, a economia cresce à taxa de 6%, depois da aceleração verificada a partir do segundo semestre de 2007. "A economia começou o ano acelerada. Mas, em função da crise internacional, é possível que haja desaceleração", disse Mantega. Para o ministro, um crescimento de 5% em 2008 é bastante razoável. Impostos e juros Ao ser questionado sobre a elevada carga tributária, o ministro respondeu que a arrecadação de impostos tem subido graças ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). "A arrecadação cresce mais que o PIB em períodos virtuosos. Essa é a melhor situação fiscal", disse. Em relação ao elevado patamar do juro brasileiro, que voltou a ser o maior do mundo em termos reais, Mantega disse que o Brasil tem praticado a menor taxa de juro real da década. Ele disse também que a Selic explica apenas 40% do crédito no Brasil e que as outras linhas de financiamento, como do BNDES e do setor agrícola, têm taxas de juros menores. "Não podemos falar só sobre juro da Selic. O custo de capital está caindo no Brasil", afirmou ele. Segundo o ministro, o Brasil tem uma taxa básica de juros elevada, mas que poderá cair nos próximos anos. Ele destacou ainda que o governo vai continuar reforçando as reservas internacionais brasileiras. Ele destacou que esse reforço tem permitido ao País enfrentar a crise externa. O ministro avaliou que a crise externa tornou-se mais grave. "Temos que nos precaver", disse o ministro. Ele admitiu que, com o agravamento da crise externa, é possível que haja uma desaceleração do crescimento brasileiro em 2008. Hoje, disse o ministro, a economia cresce à taxa de 6%, depois da aceleração verificada a partir do segundo semestre de 2007. "A economia começou o ano acelerada. Mas, em função da crise internacional, é possível que haja desaceleração", disse Mantega. Para o ministro, um crescimento de 5% em 2008 é bastante razoável. Mantega insistiu na necessidade de prudência porque a "crise é séria". Ele afirmou ainda que o crescimento de 2007, de 5,4%, deve ser revisto pelo IBGE, mas não quis fazer previsões. Ele destacou que, no passado, a crise que começou em agosto de 2007 teria provocado desaceleração imediata da economia e aumento de juros, o que não aconteceu.

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