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Para governo, normalização não virá em um ou em três dias

Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirma que 50% das estradas já estão liberadas

Foto do author Julia Lindner
Por Fernando Nakagawa , Julia Lindner e Tania Monteiro
Atualização:

Além das investigações sobre a participação das empresas no movimento de paralisação das estradas, o governo considera que o uso das forças de segurança, incluindo Forças Armadas e polícias, foram fundamentais para que o fluxo das rodovias e o abastecimento começassem a caminhar “em direção à normalidade”.+ Decreto autoriza requisição de veículos particulares durante greve

Raul Jungmann exaltou o uso das forças de segurança para caminhar "em direção à normalidade" Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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Após reunião com o presidente Michel Temer, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, e o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, preferiram não fazer qualquer prognóstico sobre quando ocorrerá a normalização do abastecimento. “É muito difícil prever a data para normalização. Esperamos que ocorra o mais breve possível, mas não há previsão”, disse Etchegoyen, ao citar que “não há curva indicativa de que ocorrerá em um dia ou três dias”.

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Mesmo sem essa previsão com uma data, os ministros exaltaram a tendência de que isso de fato ocorra. “Já temos os principais aeroportos, principalmente os hubs das companhias aéreas, muito próximos da normalização”, disse Etchegoyen, ao citar que o último centro de distribuição de voos a ser normalizado é o Recife. “Um comboio sai em poucos minutos de Suape para isso”, disse, neste sábado. O outro terminal que tinha problemas, o de Brasília, “está praticamente abastecido”. O balanço também indica que foi normalizado o fornecimento de energia para Rondônia e Roraima.

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Sobre as estradas, Jungmann exaltou que aumentou o número de rodovias liberadas. Segundo ele, praticamente 50% dos pontos com protesto já tiveram trânsito liberado. O número anterior era de 45%. O levantamento divulgado à noite, no entanto, mostravam 1.090 pontos de protesto. De manhã, eram 1.140 locais. O governo informou que em seis casos foi preciso usar o batalhão de choque da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para desbloquear as rodovias, mas sem vítimas.

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Segundo o ministro, houve elevado sucesso no desbloqueio de pontos de manifestação. Em São Paulo, por exemplo, 97% foram liberados. Entre os demais Estados, Rondônia tem 69% dos pontos liberados, Pernambuco registra 75%, Distrito Federal conta com 70%, Ceará soma 62% e a Bahia tem 64% dos locais já liberados. “O principal foco da Polícia Rodoviária Federal foi a criação de corredores para os aeroportos e os principais centros de abastecimento de combustíveis”, disse Jungmann.

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Etchegoyen disse que o acesso aos principais aeroportos e refinarias e o trânsito em estradas que passam pelos principais corredores logísticos, como Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, começaram a se normalizar. "Chegamos ao fim do dia caminhando bem na direção de tentar normalizar, num esforço de normalizar o abastecimento", disse. O ministro afirmou que a greve dos caminhoneiros compromete o Sistema Nacional de Transplantes. “Já perdemos órgãos”, disse. Segundo ele, alguns hospitais estão com estoque baixo de produtos e insumos básico, como gás.

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Para Jungmann, parte dos caminhoneiros segue nas rodovias porque, embora o governo tenha negociado com o "sindicalismo tradicional", existe um "movimento paralelo", nas redes sociais. Além disso, segundo o ministro, o movimento de empresários que praticaram o locaute explica o fato de ainda haver a paralisação. "Temos não só aqui, também no mundo todo, o sindicalismo tradicional e a manifestação em rede. O governo negociou com o sindicalismo tradicional e o fez de boa-fé, até porque trazia uma série de vantagens consideradas boas para a categoria. Mas, ao mesmo tempo em que isso acontecia, nas redes sociais, em paralelo, o movimento se espraiava", declarou.

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