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Governo ficou 'perplexo' com PIB, diz Carvalho

Por Tania Monteiro
Atualização:

O ministro-chefe da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, disse, durante o programa É Notícia, da Rede TV, na noite do domingo (23), que o governo ficou "perplexo" com o fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012.Para o ministro, um crescimento maior do que o 1% previsto pelo Banco Central e oficialmente medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pode ter ocorrido ainda nas últimas semanas. Ele entende que a metodologia usada para aferir o índice pode não ter captado todos os movimentos da economia.Carvalho admitiu ainda que existe no governo uma discussão sobre a forma pela qual é calculada o crescimento, sem explicar, no entanto, se há alguma intenção de se promover mudanças na fórmula adotada. "Estamos ainda um pouco perplexos, tentando aferir se realmente é esse o PIB real", comentou, prevendo, no entanto, que 2013, vai ser o ano do crescimento.Gilberto Carvalho lembrou que, nos primeiros anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o PIB também foi muito fraco, mas, segundo ele, os primeiros anos são de montagem do governo. A afirmação do ministro deixa de levar em conta, no entanto, que o governo da presidente Dilma Rousseff é uma continuidade do governo Lula.Questionado se o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao fazer previsões irreais em relação ao índice de crescimento da economia do País, estaria tirando credibilidade dele e da política econômica do governo federal, Carvalho respondeu: "É evidente, não vou negar".Mas, em seguida, ressalvou que o papel do ministro Guido Mantega é fazer previsões dentro de um cenário desenhado e comentou que não se tem como avaliar o conjunto de fatores que vão interferir no processo econômico. "Quem poderia imaginar o que aconteceu com a Grécia, Espanha ou Itália?", disse, acentuando que o grande problema é que o fator extra-Brasil, como a crise na Europa, acabou atuando contra a lógica do governo.Carvalho descarta, no entanto, a possibilidade de o ministro Mantega deixar o governo. "De jeito nenhum", disse o ministro, ponderando que ele está no caminho correto.

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