O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, admitiu nesta quinta-feira, 29, que o governo recuou das restrições impostas às importações de quase 3 mil itens em função da pressão de setores atingidos e "do poder da mídia". Veja também: Lula manda suspender bloqueio à importação Ele reiterou que considera a medida correta, mas que agora o governo vai estudar uma nova forma de acompanhar as estatísticas da balança comercial (importações e exportações) dos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Fazenda. A suspensão da exigência de uma licença prévia para as importações foi anunciada no fim da tarde de quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, a medida causou ruídos e foi mal interpretada. Miguel Jorge, que acompanha missão de empresários ao norte da África, voltou a afirmar que as medidas que entraram em vigor na segunda-feira tinham sido adotadas com base em estudos técnicos feitos pela Secretaria de Exportação do ministério que detectaram diferença nos números informados pelas pastas. "Houve uma certa histeria com relação à medida burocrática que pretendia apenas fazer uma verificação de estatísticas para que o governo brasileiro pudesse acompanhar melhor o fluxo de exportações e importações", disse. Segundo o ministro, como era uma medida puramente técnica, ela foi informada apenas pelo sistema eletrônico de controle de exportações e importações do Brasil, como ocorreu com dezenas de instruções durante o ano. "Mas, como houve uma pressão muito grande dos importadores brasileiros que se sentiram prejudicados com a medida, que em 48 horas não tinha surtido nenhum efeito, o poder de mídia fez com que nós tivéssemos que voltar atrás", explicou.