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Governo já deveria ter enviado proposta de reforma trabalhista, diz presidente da CNI

No evento Fóruns Estadão, Braga afirmou que espera comprometimento do governo em apresentar uma proposta para flexibilizar a legislação

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Foto do author Thaís Barcellos
Por Daniel Weterman , Thaís Barcellos (Broadcast) e Álvaro Campos
Atualização:
Robson Braga, presidente da CNI Foto: Werther Santana/Estadão

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga, afirmou que o governo já devia ter enviada a proposta de reforma trabalhista para o Congresso. "O governo está dizendo que vai discutir a questão da terceirização e da prevalência do negociado sobre legislado, então já devia ter mandado essa parte", disse ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real da Agência Estado, antes do evento Fóruns Estadão Brasil Competitivo, que trata da reforma trabalhista.

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No mesmo evento, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, informou que o governo decidiu que a reforma trabalhista deve enviada somente no segundo semestre de 2017.

Diante do recuo do governo, Braga disse que espera que comprometimento com a reforma. "A gente espera que o governo continue empenhado em apresentar uma proposta na legislação trabalhista que possa flexibilizar a legislação, dar mais segurança jurídica para o trabalhador e para empresa e destravar os obstáculos que a gente tem hoje."

Segundo Braga, não adianta esperar por um consenso sobre o tema. "Não adianta achar que vamos fazer um acordo entre empresários, governo, centrais sindicais e associações empresariais. Essa discussão tem que ser feita no Congresso Nacional que é onde há legitimidade para a discussão de uma nova mentalidade trabalhista para o Brasil."

Braga disse ainda que não é possível esperar "clima" para mudanças no Congresso. "Se nós formos ficar esperando clima, não vamos fazer absolutamente nada no Brasil. O clima nós é que temos que fazer"

Ele questionou também a representatividade dos sindicatos diante dos trabalhadores. "Não sei qual é a representatividade dos sindicatos junto aos trabalhadores ou ao Congresso. O que eles sabem fazer é movimento de rua, mas quem está procurando emprego ou quem está trabalhando não tem tempo para isso, então são poucos que estão fazendo algazarra. Mas se formos esperar a concordância do sindicato, melhor nem fazer nada."

Na visão do presidente da CNI, as propostas de terceirização e da prevalência dos acordos coletivos sobre a legislação trabalhista são necessárias para reduzir o desemprego e melhorar a relação entre empregados e empregadores. "O objetivo é que as mudanças deem mais garantia aos trabalhadores, melhores salários e melhor qualidade de vida."

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"A indústria perdeu 1,2 milhão de trabalhadores nos últimos dois anos, mas você não vê vontade do empresário de contratar, porque é a contratação de um problema. Se o trabalhador se acidentar no caminho ao trabalho, por exemplo, é responsabilidade da empresa. Isso não é razoável", disse. 

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