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Governo lança Plano de Revitalização das Ferrovias

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo lançou hoje de manhã, em cerimônia no Palácio do Planalto, o Plano de Revitalização das Ferrovias, que tem por objetivo redistribuir as malhas existentes e gerar investimentos privados de R$ 1,2 bilhão no setor, além de investimentos públicos em valores a serem ainda definidos. O ministro dos Transportes, Anderson Adauto, disse que o plano é uma correção de rumos no programa de privatização realizadao no governo Fernando Henrique Cardoso que, segundo ele, provocou distorções por ter sido implantado com muita rapidez e ter sido focado mais na arrecadação de recursos. Ele observou que a reorganização das concessões, com a troca de trechos ferroviários entre as concessionárias, será precedida de audiências públicas, a primeira delas no próximo dia 29, em Brasília. Outro ponto do plano é a ampliação da capacidade dos corredores de transporte, que deverão ter maior eficiência com a redistribuição da malha. Com as mudanças, o porto de Santos, por exemplo, ficará acessível a quatro corredores ferroviários. O terceiro ponto do programa é a modernização da malha, com prioridade para as ferrovias Norte-sul, Transnordestina e Ferronorte. O objetivo, segundo Adauto, é ampliar a cobertura da fronteira agrícola e dos acessos aos portos. O quarto ponto prevê recuperação do transporte ferroviário de passageiros, com trens velozes nas áreas de alta densidade e projetos turísticos em regiões como Pantanal e no Circuito do Ouro de Minas Gerais. Privatização Durante a solenidade de lançamento do Plano de Revitalização, o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Guilherme Laager, disse que, embora o setor tenha problemas, houve grandes avanços após a privatização da malha ferroviária federal. Ele informou que, de 1996 a 2002, o volume de carga transportado por ferrovias, no País, cresceu 43% e a participação das ferrovias na matriz de transporte subiu de 19% para 23%. No mesmo período, os acidentes no setor cairam 35%, a produtividade dobrou e foram investidos R$ 3 bilhões pelas concessionárias. O déficit acumulado do setor (quando estatal), de R$ 3,8 bilhões, foi trocado por uma receita de R$ 1,5 bilhão, gerada pelo pagamento de arrendamentos e concessões. Para revitalização do setor, Laager reivindica do governo tarifas diferenciadas para os equipamentos sem similar nacional e linhas de financiamento com juros baixos, compatíveis com o setor. Ele elogiou a iniciativa de revitalizar o setor ferroviário, observando que o governo retomou o papel de "catalizador do processo de planejamento e desenvolvimento do setor".

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