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Governo libera mais R$30 bi ao BNDES, com impacto na dívida pública

O governo liberou mais 30 bilhões de reais ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nesta quarta-feira, novo aporte que vai impactar a dívida pública no momento em que a nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já sinalizou mais rigor fiscal. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou que esse montante servirá para dar suporte à demanda por empréstimos, como bens de capital, do banco de fomento. "(Os recursos ao BNDES são) para fechar o ano. A demanda para compra de máquinas, equipamentos, caminhões, ônibus e tratores, isso é para este ano. Próximo ano certamente será menor", afirmou ele a jornalistas. "Estamos liberando financiamento para aquisição de bens de capital, existe uma demanda e nós vamos liberar", acrescentou. O governo editou Medida Provisória, publicada no Diário Oficial, aprovando o crédito de 30 bilhões de reais ao BNDES e que, para isso, o Tesouro pode emitir títulos da dívida pública. O Tesouro já havia emitido, em junho, títulos públicos para injetar outros 30 bilhões de reais no BNDES, impactando a dívida. Com isso, no ano, o aporte ao banco de fomento chegará a 60 bilhões de reais, interrompendo a trajetória de queda das injeções feitas ano a ano. Em 2009, elas foram de 100 bilhões de reais e, em 2010, 80 bilhões de reais. Em 2011 e em 2012, os volumes baixaram para 55 e 45 bilhões de reais, respectivamente, e, em 2013, somaram 39 bilhões de reais. Segundo dados do BC, o estoque de repasses de recursos do Tesouro para o BNDES estava em 456,520 bilhões de reais em outubro. Na semana passada, a nova equipe econômica --encabeçada por Joaquim Levy, indicado para o Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no BC-- informou que buscaria reduzir a dívida bruta do país. Isso ocoreria, segundo Levy, "desde que não haja ampliação do estoque de transferências do Tesouro Nacional para as instituições financeiras". [L2N0TH16V] A nova equipe econômica está trabalhando em conjunto com o atuais ministros para preparar medidas de rigor fiscal. Mantega não quis comentar a segunda parte da Medida Provisória publicada nesta quarta-feira, que estabelece que o superávit financeiro de recursos existentes no Tesouro poderá ser destinado à cobertura de despesas primárias obrigatórias.

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Por Redação
Atualização:

(Reportagem de Luciana Otoni; Texto de Patrícia Duarte; Edição de Camila Moreira e Flavia Bohone)

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