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Governo não espera aumento de importações até o fim do ano

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior não acredita em aumento das importações no último trimestre, puxado pelas compras de produtos consumidos nas festas de fim de ano

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior não acredita em aumento das importações no último trimestre, puxado pelas compras de produtos consumidos nas festas de fim de ano. Segundo a diretora do Departamento de Planejamento da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Lilia Miranda, deve haver apenas uma desaceleração da queda de importações. Segundo ela, no último trimestre as compras devem cair 2,7% em relação a igual período do ano passado. Até agosto, houve uma queda de 18,9%, na comparação com os oito primeiros meses de 2001, mas no ano as importações devem registrar retração de 12,6%, ante 2001. Estudos da Secex apontam uma queda maior para os bens de consumo duráveis e não-duráveis, que no ano devem sofrer uma redução de 15% em relação a 2001. Três fatores foram considerados pela Secex para traçar este cenário: desaquecimento da demanda, alta do dólar e o processo de substituição de importações. "Não está havendo uma pressão de produtos de fim de ano", afimou Lilia. Segundo ela, não existe mais "o apelo do importado" porque as indústrias nacionais conseguem oferecer produtos de boa qualidade no setor de alimentos, como panetones e frutas secas, e no setor de eletroeletrônicos. Ela lembra que no ano passado já não houve esse surto de importação. Para a diretora da Secex, o único imponderável é o comportamento dos preços do petróleo no mercado internacional, que começam a subir com a possibilidade de os Estados Unidos atacarem o Iraque. No entanto, ela acredita que o aumento da produção nacional pode compensar este efeito na balança comercial. "Houve um aumento da produção a tal ponto que estamos exportando", disse. Ela acredita as exportações podem diminuir para abastecer o mercado interno. "Você exporta menos, mas também importa menos. Uma coisa pode compensar a outra no resultado da balança", avalia. No entanto, o governo ainda não tem nenhum dado oficial sobre o impacto de uma eventual guerra. A Petrobras está realizando um estudo. Lilia ressalta ainda que as importações de petróleo são principalmente da África, e não do Oriente Médio. Menos de 10% das compras nacionais vem do Iraque, que é o quinto exportador para o Brasil. Até agosto, o Brasil comprou US$ 1,922 bilhão, um pouco menos que os US$ 2,073 bilhões importados nos oito primeiros meses de 2001.

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