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Governo não gostou de declarações de vice-presidente do BNDES

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo registrou e não gostou do tom da entrevista do vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Darc Costa, com críticas ao ministério da Fazenda e a secretaria do Tesouro Nacional. "Ele ousou nas suas críticas", disse uma fonte consultada pela Agência Estado. Darc, na entrevista, afirma que o BNDES está entre os desenvolvimentistas e o ministério da Fazenda "cumpre a sua visão de ser uma entidade preocupada com o Tesouro, com cortes". Ele disse, ainda, que não se sabe se temos no país uma secretaria do Tesouro ou uma "secretaria da tesoura". O governo não pretende "ir para o debate externo" com Darc, o homem de confiança de Carlos Lessa, o presidente da instituição. "Mas a entrevista foi registrada por quem de direito", avisam assessores. Entrevista evidencia disputa entre Fazenda e BNDES O tom da entrevista de Darc Costa ao jornal Folha de S. Paulo, ontem, trouxe à superfície uma disputa que ocorria até agora nos bastidores das negociações entre o ministério da Fazenda e o BNDES para a capitalização do banco. O Tesouro resiste em concretizar a operação de capitalização se não houver uma contrapartida do BNDES, como a venda de alguns ativos. Palocci concorda com a posição de seu secretário do Tesouro, Joaquim Levy. A entrevista para o jornal Folha de S. Paulo acontece no momento em que o BNDES é alvo de duras críticas motivadas pelo anúncio da compra de 8,5% do capital da Valepar ? a holding que controla a Vale do Rio Doce ? por R$ 1,5 bilhão. As críticas vieram do próprio governo, ?que achou que a operação poderia ser encarada como um movimento de reestatização da economia?, destaca a entrevista. O texto publicado pela Folha informa que Darc Costa, ?tido como o principal estrategista do banco, nega que a intenção tenha sido a de reestatizar a mineradora. Segundo ele, ao fazer a operação, o objetivo do BNDES foi o de ter influência nas decisões estratégicas da empresa, além de evitar o risco de sua desnacionalização?.

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