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Governo não vai intervir para evitar alta do álcool

Por Gerusa Marques e Fabiola Salvador
Atualização:

O ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, afirmou ontem que o governo não vai intervir no preço do álcool, que começa a aumentar nas usinas e nos postos. Segundo ele, cabe ao consumidor que tem carro bicombustível recusar o produto quando o preço do álcool estiver muito alto. "O consumidor é quem vai dizer", afirmou o ministro, após participar de seminário sobre tecnologias de produção de energia. "Eu tenho certeza que você não vai usar (álcool). Nem eu vou usar, se o álcool tiver um preço acima da gasolina", afirmou Hubner. Ao ser questionado se abastece seu carro com álcool, respondeu: "Meu carro é muito velho". Ele disse que tem um Vectra 1995, anterior ao modelo bicombustível. A alta no preço do álcool ocorre todo fim de ano, quando começa a entressafra da cana-de-açúcar na região Centro-Sul, que dura até abril. Estudos do governo mostram, no entanto, que os estoques de álcool são suficientes para atender à demanda durante esse período. Segundo uma fonte do Ministério da Agricultura, a previsão é de estoques de um bilhão de litros até abril, que serão completados pela produção das regiões Norte e Nordeste. O consumo mensal de álcool no Brasil oscila entre 1,2 bilhão e 1,5 bilhão de litros. A alta dos preços nas usinas de São Paulo, segundo um técnico do setor, é um movimento normal nesta época. Na semana passada, o preço médio do litro do álcool hidratado subiu 4,3% e o do anidro, 8,62%, de acordo com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. "O preço estava muito baixo na safra. Apesar da alta, os valores estão abaixo dos de anos anteriores", comentou. Diante desse quadro, o governo não considera reduzir a mistura de álcool anidro à gasolina. A mistura hoje é de 25%, mas pode ser reduzida para até 20%.

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