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Governo estuda adiar votação para o conselho da Petrobras prevista em assembleia de acionistas

Retirar a votação da pauta da reunião em 13 de abril seria uma forma de ganhar tempo para encontrar um novo nome para assumir a presidência executiva da estatal

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães , Monica Ciarelli (Broadcast) e Denise Luna (Broadcast)
Atualização:

RIO e SÃO PAULO - Com dificuldade para encontrar um novo nome para assumir a principal cadeira executiva da Petrobras, após a desistência de Adriano Pires, o governo colocou na mesa estratégias para conseguir ganhar tempo e mitigar a crise de governança na qual mergulhou a empresa. Uma das opções que vem ganhando força seria tirar da pauta da assembleia a votação do novo Conselho de Administração – votando apenas as demais matérias, como a aprovação das contas da companhia referentes ao ano passado. Essa possibilidade envolve a permanência do general Joaquim Silva e Luna por mais tempo no comando da estatal.

Pelas regras do estatuto da estatal, o presidente da companhia precisa ser membro do conselho de administração, por isso a importância dessa eleição. No último documento entregue ao regulador, com os nomes do governo indicados ao colegiado da companhia, ainda estão Rodolfo Landim, presidente do Flamengo que já desistiu da posição, e do general Joaquim Silva e Luna, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro sob o contexto das altas dos combustíveis. Adriano Pires não chegou a ter seu nome incluído na lista de indicados.

Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro; governo quer ganhar tempo para definir novos comandos na estatal Foto: Pilar Olivares/ Reuters

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Depois do imbróglio formado após a indicação de Pires ao cargo, com potenciais conflitos de interesse vindo à tona, os nomes sondados pelo governo estão preferindo se manter longe na companhia, ainda mais porque o mandato é apontado como "tampão".

Segundo fontes, uma das apostas, o presidente da Enauta, Decio Oddone, já recusou o convite. Afinal, são apenas oito meses até o fim do mandato e o atual governo está atrás nas pesquisas eleitorais para a presidência. Ou seja, um executivo do setor teria que se desvencilhar de suas atuais funções sem a certeza de que continuaria na próxima gestão. É dado com certo que se o pleito for vencido pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva haverá troca da presidência da estatal.

Caso seja batido o martelo e o governo decida, de fato, retirar a votação da pauta da assembleia marcada para o próximo dia 13, o atual presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, deverá ficar mais um tempo no cargo. Isso ocorreria até que o governo conseguisse acertar um novo nome e marcar uma assembleia para votar o conselho.

O Estadão/Broadcast apurou que o general não veria problemas em ficar mais um tempo no cargo. O governo corre para conseguir encontrar um nome, mas a visão é de que há pouco tempo hábil. Faz parte do rito da empresa uma verificação do nome pelo Comitê de Pessoas, órgão vinculado ao Comitê de Pessoas (Cope) da companhia.

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