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Governo pode sacar US$ 9,1 bilhões do FMI em junho

Segundo o presidente do BC, Henrique Meirelles, o Brasil "vai sacar aquilo a que temos direito". Meirelles disse também que o governo não tem meta para o câmbio, e sim para a inflação

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje que o governo brasileiro não tem meta para o câmbio, mas sim para a inflação. Ao deixar um encontro nacional de ex-bolsistas do governo americano, no Hotel Sofitel, em Copacabana, Meirelles também afirmou que o Brasil "vai sacar aquilo a que temos direito dentro dos termos do acordo" com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Caso as contas brasileiras sejam aprovadas pela missão do Fundo que está no País, o Brasil poderá trazer para o País uma parcela de US$ 9,1 bilhões a partir de 6 de junho. De acordo com a teoria econômica, a entrada de recursos externos em um sistema de câmbio flutuante, como é o brasileiro, influi no sentido de valorizar a moeda nacional. O presidente do BC negou a notícia publicada no jornal La Nación hoje de que os governos do Brasil e da Argentina estariam discutindo a adoção de uma política comum de bandas cambiais. Ele evitou responder a perguntas sobre a possibilidade de redução dos juros, mas deixou claro que isso depende da inflação. Nesse ponto, observou que a inflação está caindo, mas "um pouco menos que o previsto". Para Meirelles, é preciso ainda aguardar os efeitos das quedas do dólar e da gasolina nos preços. Meirelles afirmou ainda, sobre o nível de risco Brasil, que a expectativa do governo é de que ele continue caindo "para 700, 600, 500, 400, 300 pontos". Em seguida, porém, explicou que não estava fazendo uma previsão, mas falando de um objetivo a alcançar no longo prazo. Ele repetiu várias vezes em sua breve entrevista no hotel que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tinha sido "claro" sobre o câmbio e que não lhe cabia, por isso, falar mais sobre o assunto. Na verdade, Lula deu declarações contraditórias na quinta e na sexta-feira. No feriado do Dia do Trabalho, o presidente disse que não queria que o dólar caísse demais, "porque temos responsabilidades com as nossas exportações". Na sexta, Lula disse que "o governo não vai meter o dedo na questão do dólar".

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