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"Governo poderá cair de quatro" com atual política econômica

Por Agencia Estado
Atualização:

A atual política econômica é incompatível com as metas de crescimento econômico de 3,5% a 4,5% projetadas pelo governo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e deve levar ao aprofundamento do desemprego. "O governo Lula tem uma perna esquerda caminhando para a frente e outra perna direita caminhando para trás, e o resultado disso é que o governo poderá cair de quatro", diz o economista Reinaldo Gonçalves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos formuladores do programa econômico de Luiz Inácio Lula da Silva nas campanhas de 1989, 1994, 1998 e 2002. Em documento apresentado ao Conselho Federal de Economia do qual é integrante, Gonçalves indica que o PIB crescerá em média 2,3% no governo Lula se for mantida a política de combate à inflação com juros altos e restrição fiscal, além da apreciação do real. Se o governo fosse mais agressivo nas exportações ou se desse prioridade à criação de empregos, o ritmo médio da economia poderia elevar-se a 3,1% e 4,5%, respectivamente, entre 2003 e 2006, disse o economista. No cenário de "continuidade" da atual política econômica, o economista do PT projeta uma taxa de desemprego de 14,7% em 2006 diante dos 9,8% herdados do governo Fernando Henrique Cardoso. Pelas mesmas projeções, o número de postos de trabalho cresceria nos próximos anos apenas 1,8 milhão - bem abaixo da meta de 10 milhões anunciada na campanha de Lula. Segundo Gonçalves, a promessa na LDO de que as taxas de juros reais serão reduzidas nos próximos três anos também não se sustentará com a atual política econômica. "Eles não estão fazendo nada para reduzir a vulnerabilidade externa, e na primeira crise cambial que houver serão obrigados a fazer uma política monetária altamente restritiva, tal qual aconteceu com o (ex-presidente do BC) Armínio Fraga, que também prometia reduzir os juros."

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