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Governo prepara medidas na área de crédito para socorrer as montadoras

Entre as medidas que podem ser anunciadas na semana que vem estão ampliação no prazo de financiamento para até 60 meses, redução das exigências para os empréstimos bancários, e incentivos para baixar o valor mínimo das entrada

Foto do author Adriana Fernandes
Por Renata Veríssimo , Adriana Fernandes e Cristina Canas (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O governo federal discute com o setor automotivo medidas para destravar o crédito na compra de veículos e pode anunciar, na próxima semana, a ampliação do prazo de financiamento para até 60 meses. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que o governo pode flexibilizar a exigência para que os bancos provisionem 75% do valor dos financiamentos quando o prazo atinge cinco anos.

Entre as propostas em discussão também estão uma forma de facilitar a retomada dos veículos pelos bancos em caso de inadimplência e criação de estímulos para a exigência de um pagamento menor de entrada. Não há limite mínimo para a entrada, mas na prática os bancos exigem 40% do valor do veículo. Outra medida em discussão é a criação de um fundo garantidor, com aportes das instituições financeiras, que deve complementar as garantias oferecidas pelo cliente. O governo descartou novos cortes de impostos. Destravar o crédito é a saída apontada pela Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea) para reverter a queda de 2,1% nas vendas no primeiro trimestre. Com o freio do mercado interno e dificuldades nas exportações, as montadoras vêm adotando férias coletivas, demissões e suspensões temporárias do contrato de trabalho. "O que colocamos para o governo nas nossas avaliações de conjuntura é que estamos sofrendo nas vendas em função da seletividade do crédito", disse o presidente da Anfavea, Luiz Moan. "Estamos alertando o governo e toda a sociedade que, se os bancos não destravarem o crédito, nossa performance será ruim", afirmou. Tudo isso no momento em que as exportações para a Argentina, principal mercado dos carros brasileiros, estão em queda.Um primeiro passo para tentar baixar os estoques foi dado no início do mês, quando a Caixa pré-aprovou o crédito de 4,5 milhões de correntistas para compra de carros. Moan disse que o setor não tem negociado, ainda, a prorrogação das alíquotas reduzidas de IPI. A previsão é que elas voltem a subir em 1° de julho. "Eu prefiro trabalhar agora no crédito. Eu preciso chegar vivo até junho", afirmou. O governo também sinalizou que vai rever a norma do Conselho Nacional de Trânsito que obriga a instalação de rastreadores nos veículos novos. A medida levaria a um aumento dos custos das montadores e do preço do carro para os consumidores, segundo a Anfavea. Moan disse que o aparelho indicado pelo Contran estaria defasado. Os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento apoiam o pedido do setor. O governo também concordou em estudar um plano de estabilização do emprego para momentos de crise.

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