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Governo prêve queda de 7% no consumo de energia em 2002

Por Agencia Estado
Atualização:

O Governo Federal decretou o fim do racionamento, a partir de março, levando em conta a expectativa de uma queda de consumo de energia de 7% em 2002. A informação foi dada nesta sexta-feira, em Recife, pelo ministro das Minas e Energia, José Jorge. Segundo ele, a carga média de gasto de energia prevista para o Sudeste a partir do próximo mês, por exemplo, que é de 26,5 mil megawatts médios, seria de 28 mil megawatts médios se não tivesse havido racionamento de energia. O ministro disse que na avaliação dos técnicos e com base em experiências de outros países em que houve racionamento, o consumo não cresce de um salto quando a situação energética se normaliza. Por isso, ele disse que "a população pode gastar, mas não deve": "Estamos contando com essa economia de 7%", afirmou. Ele disse que a população cortou desperdícios e se acostumou a pagar um valor menor pela conta de energia e não deve abrir mão disso. José Jorge frisou, porém, que a oferta de 26,5 mil megawatts médios para o Sudeste e de 6 mil megawatts médios para o Nordeste não é apertada. Ela dá margem para um aumento de consumo de 20% em relação aos meses de janeiro e fevereiro, quando o consumo foi parcialmente liberado. Neste bimestre, as duas regiões gastaram 5% menos de energia do que foi permitido. O Sudeste poderia ter gasto 23,5 mil megawatts médios e só consumiu 22,5 mil megawatts médios, enquanto o Nordeste utilizou 5,1 mil megawatts médios quando seu gasto poderia ter chegado a 5,4 mil megawatts médios. O ministro reiterou que, com os atuais níveis dos reservatórios e esta economia de 7%, o País tem oferta de energia até o final de 2003, mesmo que venha a enfrentar o pior ano hidrológico dos últimos 60 anos. O cálculo não inclui o uso de usinas térmicas nem leva em conta o acréscimo de cerca de 5 mil megawatts médios que o governo pretende acrescentar ao sistema energético com a construção de térmicas e hidrelétricas. Auxílio-gás José Jorge informou que, nesta sexta-feira, 4,8 milhões de famílias de 5.472 municípios brasileiros começaram a receber o auxílio-gás, no valor de R$ 15,00 a cada dois meses. Somente 89 municípios em todo o País ainda não estão cadastrados no programa. O auxílio-gás compensa o fim do subsídio do produto, beneficiando os que têm renda mensal per capita de até meio salário mínimo (R$ 90,00). Estas famílias foram alistadas automaticamente, porque estão cadastradas nos programas Bolsa-Escola e Bolsa-Alimentação. As pessoas que não se beneficiam desses programas, mas se enquadram no perfil do auxílio-gás, devem alistar-se nas prefeituras de suas cidades. A previsão, segundo o ministro, é atingir 9,3 milhões de famílias em todo o País. O governo gastava cerca de R$ 2 bilhões/ano com o subsídio do gás. Com o corte do subsídio e implantação do auxílio-gás, o gasto cairá para R$ 800 milhões/ano. O programa é permanente.

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