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Governo promete discutir reforma tributária com indústria

Skaf afirmou que a proposta de reforma tributária, que está em tramitação no Congresso e inclui a unificação do ICMS, não serve para o País

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo se comprometeu com a indústria a abrir discussões antes de iniciar a votação do projeto de reforma tributária. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, este foi o compromisso assumido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta terça-feira, junto ao setor produtivo. Skaf afirmou que a proposta de reforma tributária, que está em tramitação no Congresso e inclui a unificação do ICMS, não serve para o País. Segundo ele, além da modificação do tributo, há uma série de "pegadinhas" e "problemas" na proposta, que não baratearão ou simplificarão o sistema tributário. "No momento, o que tem a possibilidade de complicar e encarecer não interessa", declarou. Ele disse que o ministro conversou também sobre a proposta de reforma cambial, que permitirá às empresas terem contas em dólar. Segundo relato de Skaf, Mantega disse que as medidas em relação ao cambio são estudadas "com carinho" e que no momento certo serão anunciadas. O presidente da Fiesp não quis comentar a ação desta terça do Banco Central com a oferta do swap cambial (oferta de contratos com rentabilidade em juros por títulos que pagam a oscilação cambial. Isso funciona como uma oferta de ativos em dólar, o que reduz a pressão de alta sobre a moeda norte-americana). Pedido Dirigentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) pediram a Mantega que intervenha junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar o veto ao projeto aprovado pelo Congresso Nacional, que restabelece o terceiro projeto de parcelamento de dívida tributárias junto a Receita Federal, o Refis 3. Skaf defendeu o projeto junto ao ministro, mas disse que Mantega não definiu uma posição do governo sobre se vetará ou não o projeto. "Ele apenas disse que vai discutir o assunto com o presidente. Ele não falou se vai ou não vetar." Para o presidente da Fiesp, o projeto aprovado não é um Refis 3, como é chamado, mas a reabertura do Refis 1, que foi o primeiro programa de parcelamento das dívidas. O dirigente da Fiesp chegou a se irritar quando um jornalista fez um comentário de que o Refis 1 tinha sido "uma mãe" para as empresas. "Se fosse uma mãe não teria ficado tão poucas empresas. Essa é a sua opinião. Você precisa ouvir a opinião dos outros. Nós estamos numa democracia." Para Skaf a solução dos passivos fiscais das empresas é um problema que interessa a todos, porque o governo tem um valor bastante elevado para receber e as empresas querem buscar uma solução. Ele disse que não se trata de sonegadores, mas de inadimplentes. "Sonegadores não têm passivo fiscal". Segundo ele, no Brasil, com a alta carga tributária, "juros altíssimos", falta de crédito e altos e baixos na economia as empresas podem ter problemas.

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