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Governo promete estímulos à indústria para março

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo começa a colocar em prática, a partir de março, medidas para estimular a produção industrial do País, como a concessão de subsídios por prazo pré-determinado a setores produtivos. As medidas serão definidas a partir dos estudos sobre as diversas cadeias produtivas que estão sendo elaborados, desde o ano passado, por economistas e cientistas da Unicamp, USP e UFRJ. O objetivo do governo, segundo o diretor do Departamento de Programas Especiais do Ministério do Desenvolvimento, Nelson Tavares Filho, é estimular o aumento da oferta de produtos no mercado doméstico e gerar excedentes de exportação. Para tanto, serão adotadas medidas pontuais e elaboradas estratégias mais gerais para os setores que forem escolhidos. Nelson Tavares Filho diz que algumas medidas envolverão a concessão de subsídios a determinados setores, e até mesmo regras de proteção à produção local. Embora não tenha detalhado os estudos do governo, ele garante que a nova política industrial brasileira não será uma repetição de medidas adotadas no passado, como as das décadas de 70 e 80, "que não trouxeram os resultados esperados". "Política industrial é algo intervencionista, mas temos que deixar claro o estabelecimento de prazos e datas (para concessão de subsídios), já que não haverá subsídios para uma empresa eternamente", comentou. "A concessão de benefícios sem um prazo definido foi um erro da política do passado", disse. No início do próximo mês, a equipe do Ministério do Desenvolvimento que está analisando os dez primeiros estudos se reunirá com os responsáveis pela elaboração dos documentos e com lideranças empresariais, para consolidar as propostas dos economistas. A partir desse encontro, os técnicos vão sugerir medidas ao ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral. "Os estudos são apenas sugestões; quem define a política industrial é o ministro", ressaltou Tavares Filho. Ele explicou que, num primeiro momento, o governo deverá atuar "no plano micro", ou seja, com medidas localizadas, na expectativa de que uma ação pontual poderá se desdobrar em uma ação coordenada de toda a cadeia produtiva. "Essas pequenas ações, no seu conjunto, têm um resultado bastante razoável." O diretor citou como exemplo a decisão do governo de editar regras para a certificação de madeiras, ou seja, documentação sobre a procedência da madeira utilizada na fabricação de móveis. "Estamos nos antecipando a uma demanda. Certamente, no prazo de cinco anos, o acesso a mercados importantes poderá estar fechado para países que não tenham este tipo de preocupação ambiental", disse Tavares Filho.

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