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Governo quer ampliar exportação de palmito para UE

Por Agencia Estado
Atualização:

O incremento das vendas externas de palmito para os países da União Européia será um dos principais temas tratados pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, no encontro que terá, na próxima semana, em Brasília, com o comissário europeu de comércio, Pascal Lamy. O palmito oriundo do açaí, proveniente do Amapá e Pará, chegou a registrar exportação de 7.392 toneladas em 1990. Hoje, as vendas externas não ultrapassam 400 toneladas/ano. A diferença é resultado do benefício concedido pelo regime antidrogas, que permite a alguns países exportar palmito com tarifa zero. Desde 97, o palmito brasileiro entra no mercado europeu pagando 10% de tarifa. Hoje, os principais concorrentes do Brasil são Costa Rica e Equador, que também produzem palmitos originários do açaí, importado das regiões brasileiras. A produção de palmito na Costa Rica está nas mãos de empresas multinacionais que conseguiram, nos últimos 10 anos, aumentar as exportações em até oito vezes. A Costa Rica exportava, em 1990, 1.255 toneladas de palmito por ano e atualmente exporta 8.506 toneladas. O Equador exportava 494 toneladas em 1990 e hoje exporta 3.357 toneladas. No último debate realizado, semana passada, entre representantes da sociedade civil e negociadores europeus, foi reforçada a importância de a Europa valorizar, nos acordos multilaterais que estão em negociação, todo e qualquer produto que seja emblema de desenvolvimento sustentável. Hoje, o palmito originário do açaí é o exemplo brasileiro de uma exploração auto-sustentável. O açaí é uma planta que, podada da forma correta, cresce muito mais. Em negociações como esta, o governo vai destacar o impacto econômico local, que é grande. Trinta mil produtores rurais estão envolvidos na produção do palmito de açaizeiro. Café solúvel Fontes diplomáticas brasileiras garantem que a negociação para o acesso de mercado ao palmito está bem encaminhada. Está sendo estudada uma alternativa de quotas, parecida com a solução encontrada para resolver o impasse do café solúvel. Em julho, na última visita do comissáro Lamy ao Brasil, o governo conseguiu negociar quotas progressivas para o café solúvel em um espaço de três anos. Desde janeiro, o Brasil voltou a vender café solúvel a tarifa zero aos países europeus. Pascal Lamy estará no dia 28 de fevereiro em Brasília. Está sendo estudada a possibilidade de encontro com o pesidente Fernando Henrique Cardoso e, no dia seguinte, Lamy se reunirá com empresários em São Paulo, antes de seguir para Argentina e Chile.

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