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Governo quer levar dados positivos ao G-20

Se confirmado o impeachment, Temer pretende dar ênfase, em encontro na China, às mudanças na economia

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Eduardo Rodrigues e Lu Aiko Otta
Atualização:

BRASÍLIA - A Cúpula de Líderes do G-20 do próximo mês será uma oportunidade, segundo o Ministério de Relações Exteriores, para o novo governo detalhar aos demais países do grupo suas propostas de reformas econômicas. O Brasil tentará mostrar que, passado o processo de impeachment, está comprometido de fato com o ajuste das contas públicas e buscará reabrir os caminhos para os investimentos estrangeiros na infraestrutura do País.

Caso confirmado o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, o presidente em exercício, Michel Temer, tem presença confirmada no encontro que será realizado nos dias 4 e 5 de setembro em Hangzhou, na China.

Moreira Franco desistiu de acompanhar Temer Foto: André Dusek/Estadão

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“Se confirmado no cargo, a principal mensagem que Temer tentará transmitir é a da transição política, com ênfase no novo programa econômico do Brasil”, afirmou ontem o subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério de Relações Exteriores, embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendey. Segundo ele, caso o impeachment não seja aprovado no Senado, caberá a Dilma decidir se participará da reunião na China, mas até o momento não houve contato entre o Itamaraty e a presidente afastada.

Já como presidente efetivo do Brasil, Temer também programa uma série de encontros bilaterais com os chefes de Estado de países membros do G-20, a pedido desses governos. A anfitriã China, além de Espanha, Itália e Arábia Saudita já solicitaram essa agenda com Itamaraty.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também irá à Ásia. Antes da Cúpula nos dias 4 e 5, a delegação brasileira participará ainda no dia 2 de um encontro em Xangai no qual empresários brasileiros e chineses discutirão oportunidades de comércio e investimentos. No governo, comemora-se o fato de que a primeira aparição internacional da nova equipe já levará dados que indicam que a confiança na economia brasileira começa a melhorar.

“Em Hangzhou será feita uma avaliação do que já foi feito pelos países. E, como em toda cúpula do grupo, será aprovado novo plano de ação com propostas de políticas econômicas para ajudar o crescimento da economia global”, disse Cozendey.

Baixa. Responsável pelo programa de concessões em infraestrutura, um dos pontos principais da agenda do Brasil com a China, o secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Wellington Moreira Franco, desistiu de compor a delegação presidencial que seguirá para lá na próxima semana.

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Ao Estado, o ministro disse que resolveu ficar no Brasil para acompanhar, no Congresso, a votação da Medida Provisória que criou sua secretaria e que está prestes a perder a validade.