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Governo recua de proposta que permitiria contar gasto com aposentadoria para saúde e educação

Parlamentares rejeitaram medida prevista na PEC do pacto federativo, apresentada nesta terça-feira

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Por Lorenna Rodrigues (Broadcast), Adriana Fernandes , Eduardo Rodrigues e Idiana Tomazelli
Atualização:

BRASÍLIA  – Antes mesmo do início da tramitação das propostas enviadas nesta terça-feira, 5, ao Congresso Nacional, o governo teve de recuar e corrigirá um dos textos. A proposta de emenda à Constituição (PEC) do pacto federativo, protocolada nesta terça no Senado Federal, propõe que as despesas dos Estados e municípios com salários de inativos poderiam ser utilizadas para cumprir os mínimos constitucionais de gastos com saúde e educação

Esse ponto, porém, foi criticado por parlamentares e será retirado pelo governo. Até o fim do dia, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), apresentará um ajuste no texto.

Jair Bolsonaro, acompanhado de Onyx lorenzoni e Paulo Guedes, reunidoDavi Alcolumbre e senadores para entrega de propostas de reformas Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, declarou que incluir inativos no cálculo dos gastos sociais é “um risco muito grande de reduzir o porcentual de gastos na área social” e que isso teria dificuldade de avançar no Congresso. 

Em coletiva para detalhar as medidas, o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, teve de fazer uma “ginástica” para explicar o ocorrido. Ele admitiu que a inclusão dos inativos no cálculo foi considerada pelo governo e disse que havia mais de uma versão do texto. 

“Existiam várias versões do texto e muitos interlocutores. Esse tema foi tratado e é defensável do ponto de vista das contas públicas, mas retirarmos”, afirmou.

Rodrigues disse que, a princípio, esse é o único ponto que será modificado nos textos já protocolados no Congresso, mas minimizou o episódio. “Se tiver outro item que pode ser retificado, retifica, o mundo não cai por isso”, completou.

A PEC prevê que os mínimos constitucionais de saúde e educação poderão ser somados. Ou seja, o ente poderá, a seu critério, gastar menos com saúde e compensar com uma despesa maior em educação, e vice-versa. No caso do governo federal, o limite do teto de gastos, somado para as duas despesas, terá que ser observado. 

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O secretário confirmou ainda que R$ 9,8 bilhões do salário-educação que ficam hoje com a União serão transferidos para Estados e municípios. A medida foi antecipada pelo Broadcast/Estadão

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