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Governo reduz pista para ampliar escape em Congonhas

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Por Redação
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Dois meses após o pior acidente da história da aviação brasileira, o governo anunciou nesta quinta-feira a redução das duas pistas do Aeroporto de Congonhas para aumentar as áreas de escape no aeroporto da capital paulista. Segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, a criação dessas áreas de escape reduzirá a extensão utilizável das duas pistas em 300 metros cada uma. O tamanho da pista principal cairá dos atuais 1.940 metros para 1.640 metros. Na auxiliar a área útil cairá de 1.435 metros para 1.195 metros. A falta de uma área de escape maior é considerada um fator que contribuiu para o acidente com o avião Airbus A320 da TAM, que colidiu com um prédio da própria empresa depois de tentar pousar no aeroporto paulistano em julho, matando 199 pessoas. "Na pista auxiliar deixarão de operar aviões de porte maior, ou seja, aviões das empresas de porte grande", disse Jobim a jornalistas ao anunciar as medidas. "As aeronaves de maior porte só poderão utilizar a pista principal e ainda com limites", completou ele, referindo-se ao peso menor que elas terão de ter para pousar em Congonhas sob as novas condições que serão aplicadas a partir de sábado. AJUSTES Jobim disse que a pista principal terá restrições de pouso e decolagem em dias de chuva e que as empresas terão de alterar a configuração das aeronaves, ou ainda reduzir o peso delas. "Nós não ajustamos os aeroportos às empresas, nós ajustamos as empresas aos aeroportos. Não há problema nenhum em relação às empresas", afirmou o ministro. Apesar dos argumentos do ministro, a TAM afirmou em nota que as mudanças "afetam pouco a operação". Segundo a companhia aérea, "apenas 2 por cento dos vôos operados pela TAM em Congonhas poderão ser afetados com a nova configuração". A companhia afirmou que os seus 15 Airbus A319, que fazem a ponte aérea Rio-São Paulo, seguirão operando "sem restrições em condições de pista seca e com mínimas restrições para decolagem com pista molhada". Já os 62 aviões A320, como o que se acidentou em São Paulo, terão "pequena limitação de peso para pousos e decolagens" caso a pista esteja molhada. A Gol disse que falará sobre o assunto apenas depois de ser notificada oficialmente. (Por Eduardo Simões e Maurício Savarese)

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