PUBLICIDADE

Publicidade

Governo sempre se opôs à autonomia do BC, diz Mercadante

Por Tania Monteiro
Atualização:

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira, 30, que o governo sempre foi contra o projeto de lei que dá autonomia ao Banco Central (BC). "E não mudamos de posição", disse ao chegar para o evento de comemoração dos 10 anos do Programa Bolsa Família, em Brasília. Mercadante ressalvou que este é um tema "da Fazenda", mesmo assim, destaca ele, "historicamente essa sempre foi a orientação que recebi do presidente Lula e sempre foi a atitude diante dessa agenda, e isso não mudou".Para o ministro, o Banco Central assim como as demais instituições dessa área têm de estar vinculadas a uma política de governo. Ele disse que o exemplo internacional mostra que a opção do Brasil de manter o Banco Central vinculado à política de governo é uma boa opção. "Muitos países onde há autonomia do Banco Central quebraram, com prejuízos monumentais. O Brasil que não tem (autonomia do BC) não teve esses problemas. Teve uma política muito mais prudente e um diálogo muito mais intenso entre governo e a política monetária". Para Mercadante, essa independência do Banco Central, "ao contrário, não deu maior estabilidade ao sistema financeiro" global.Questionado se poderia haver ganho de credibilidade para o governo com a aprovação do projeto que garante essa autonomia ao BC, ele respondeu: "Nós ganhamos uma credibilidade imensa ao longo desses anos. O Brasil foi o país que mais recebeu investimento direto estrangeiro. O Brasil tem preocupação hoje com apreciação da moeda, sem necessidade desse instrumento. Temos hoje US$ 370 bilhões de reservas. Estamos no caminho certo".E completou: "O presidente Lula sempre deu orientação contrária à autonomia do Banco Central e eu, como líder do governo que era à época, sempre lutei por essa bandeira". "Hoje, como ministro da Educação, sou mais para educação financeira", concluiu.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.