Publicidade

Governo trabalha para que IPCA fique entre 5% e 5,5% em 2013, diz Barbosa

Secretário da Fazenda afirmou que o governo trabalha ‘para trazer a inflação no centro da meta em um prazo adequado’

Por Ricardo Leopoldo e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que o governo trabalha para que o IPCA feche este ano com alta entre 5% e 5,5%. "Nos trabalhamos para trazer a inflação no centro da meta em um prazo adequado. É o Banco Central quem se manifesta sobre a estratégia para trazer a inflação para o centro da meta", disse.

PUBLICIDADE

"A inflação é uma variável importante, nos preocupa a inflação. A redução da inflação viabiliza crescimento, pois isso traz mais previsibilidade, facilita o planejamento das empresas, além de ser um ganho social", acrescentou, ressaltando que preços baixos viabilizam ganhos reais dos salários.

"Nós tivemos momentaneamente um aumento da inflação no ano passado, fruto de choques exógenos, seja de fonte externa, preços de commodities, ou seja de fonte interna, como a seca", destacou. "Mas esperamos que a inflação caia neste ano, se possível para a faixa de 5% a 5,5%", apontou."Isso vai depender muito da reversão desses choques. Parte dos choques em alimentos in natura já começou a ser revertida e esperamos que isso traga a inflação para baixo", afirmou Barbosa. "Neste segundo trimestre, com a entrada da safra agrícola, e não ocorrência de novos choques climáticos, o cenário da inflação começa a ficar mais favorável", destacou.Mas, segundo ele, isso só vai ficar mais claro na medida em que vários índices forem divulgados e consolidarem essa trajetória. "Lá para o meio do ano estará mais claro se a inflação estará entre 5,5% e 6% ou entre 5,5% e 5%."O secretário executivo da Fazenda fez os comentários depois de participar da solenidade de abertura de capital da BB Seguridade.

PIB. Barbosa afirmou que não há incompatibilidade entre os objetivos do governo de reduzir a inflação para a meta num horizonte relevante e elevar a expansão do PIB. Ele ressaltou que o Banco Central e a Fazenda se preocupam conjuntamente com a elevação dos preços. "Trazer a inflação para a meta e viabilizar o aumento do crescimento nesse ano; esses dois objetivos não são contraditórios", disse. Segundo ele, como o Brasil avançou 0,9% em 2012 "é perfeitamente possível acelerar para 3,5% neste ano, sem criar pressões excessivas de demanda", apontou.

O secretário-executivo disse ainda que uma expansão de 3% do PIB neste ano "está relativamente garantida" em função do ritmo da retomada do nível de atividade neste começo de ano. "Dentro de um mês vamos ter o resultado do PIB do primeiro trimestre. Tudo indica que será uma expansão de 1%, de acordo com a expectativa de mercado", ponderou. Ele acredita que é "viável" que o País apresente um incremento de 3,5% do produto interno bruto em 2013. Barbosa afirmou que o País ainda poderá contar com uma alta adicional de 0,5 ponto porcentual do PIB de acordo com a expansão dos projetos de ampliação da Formação Bruta de Capital Fixo. Segundo Barbosa, para a indústria, no curto prazo, a aceleração do crescimento gera um aumento do ritmo da produtividade. "Isso porque no ano passado, com o mercado de trabalho apertado, várias empresas mantiveram sua força de trabalho mesmo num cenário de produção menor. Então, a produtividade caiu. Na medida em que a produção sobe, a produtividade tende a subir", destacou.Perguntado pelo Broadcast porque então o BC teria aumentado os juros básicos, Barbosa respondeu: "o aumento de juros tem de perguntar para o Banco Central", disse. "Uma coisa é combater os efeitos secundários dos choques de oferta, mesmo que a elevação da inflação não esteja diretamente relacionada à demanda", ponderou. "Às vezes é preciso subir os juros para combater os efeitos secundários, para que essa elevação temporária não se torne permanente e contamine as expectativas e levem à indexação", emendou. "Então é nesse sentido que o Banco Central iniciou um ajuste da taxa de juros e o BC vai falar sobre isso quando necessário", concluiu.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.