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Governo vai leiloar 11 áreas no Porto de Santos este ano

Iniciativa privada poderá explorar 1,1 milhão de metros quadrados de concessões vencidas ou por vencer

Por Lu Aiko Otta e BRASÍLIA
Atualização:

O governo vai transformar em 11 as 25 áreas do porto de Santos (SP) que pretende leiloar ainda este ano, pelo fato de os contratos de concessão haverem vencido ou estarem por vencer. A informação consta do edital de licitação que deveria ter sido divulgado ontem, mas atrasou e ainda não tem data definida. No total, a iniciativa privada poderá explorar 1,1 milhão de metros quadrados, mas numa configuração diferente da atual. O governo vai aproveitar o fim dos contratos para unir áreas contíguas e permitir a instalação de terminais maiores, conforme informou o Estado em 26 de maio. É o que os técnicos apelidaram de "desfavelização" do porto. Além disso, a intenção é organizar os terminais de forma a não ter, por exemplo, embarque e desembarque de produtos químicos próximo ao de alimentos. Para facilitar esse processo, será necessário antecipar o encerramento de contratos. Há, por exemplo, áreas cujas licenças iriam até 2017. O mesmo processo está em curso nos portos do Pará, cujo edital deverá sair junto com o de Santos. Lá, as 26 áreas disponíveis, que somam 1 milhão de metros quadrados, serão convertidas em 20. Capacidade. De acordo com a Secretaria de Portos, a junção de áreas em Santos vai aumentar a capacidade de armazenagem e melhorar a operação portuária, "tanto na recepção quanto no manuseio e atracação de navios". O órgão acredita que haverá racionalização nos acessos terrestres aos terminais. Os editais de Santos e Pará serão os primeiros de concessões de áreas em portos organizados após a nova Lei dos Portos, aprovada no fim de maio. No início deste mês, a presidente Dilma Rousseff anunciou as primeiras consultas para instalação de terminais portuários privados, outra novidade da legislação. A diferença é que os primeiros estão em áreas públicas e por isso dependem de concessão. Os demais estão em áreas privadas e para que eles sejam instalados o governo dará uma autorização à empresa interessada. Antes, porém, fará um chamamento público para verificar se não há outros interessados no empreendimento. No caso das concessões, o governo priorizou Santos por causa de sua importância estratégica. Deu o mesmo peso aos portos do Pará por sua importância no escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste. De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), os portos da Região Norte do País possuem capacidade para escoar 10,8 milhões de toneladas. Porém, a demanda deverá chegar aos 50 milhões em 2020. Já no ano que vem deverá haver aumento dos volumes direcionados para a região, se for concretizada a expectativa de concluir o asfaltamento da BR-163 até o porto de Miritituba, no Pará. Essa obra facilitará o escoamento de grãos, pois nesse ponto eles poderão ser embarcados em chatas e seguir pelo rio até o mar. A estimativa do estudo é que a consolidação de rotas para a Região Norte reduzirá os custos de transporte em 30% a 40%. Porém, a avaliação é que as novas concessões não desafogarão os portos do Norte de imediato. Isso porque a construção de um porto leva perto de três anos, sem contar o tempo necessário para a obtenção de licenças ambientais, que costuma ser longo.

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