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Governo vai montar comissão para investigar erro na Pnad

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que grupo vai apurar se será necessário medida disciplinar contra os responsáveis

Por Victor Martins e Nivaldo Souza
Atualização:
"O governo criará comissão para apurar responsabilidades pelo erro", garantiu a ministra Foto: André Dusek/Estadão

O governo federal está chocado com o erro cometido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), disse a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior. Ela confirmou, ainda, que governo vai constituir comissão para investigar o erro assumido pelo IBGE na Pnad, que é o levantamento mais completo sobre as características da sociedade brasileira. A formação dessa comissão foi antecipada pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

"O governo criará comissão para apurar responsabilidades pelo erro", garantiu a ministra. Ela destacou, porém, que a correção apresentada hoje é forma de o IBGE minimizar o erro. "Estamos tentando entender o que ocorreu e tomaremos medidas. Apuraremos se será necessário medida disciplinar contra responsáveis", garantiu Miriam. Em relação aos erros da PNAD, comissões interministeriais serão formadas até segunda-feira (22) e irão analisar o caso, afirmou a ministra. Neste sábado (20), no entanto, haverá entrevista coletiva às 10 horas, quando o governo fará nova avaliação do problema. "Lamentavelmente, procedimento de checagem e rechecagem não funcionou. Acho que houve uma falta de cuidado em procedimento básico", admitiu Miriam. O IBGE divulgou nesta sexta-feira, 19, erros na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013. As falhas atingiram resultados de sete Estados: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. As maiores alterações ocorreram no índice de Gini, que mede a desigualdade. Antes, o índice de Gini a partir da renda do trabalho apontava um resultado de 0,498 em 2013, contra 0,496 em 2012. Agora, o índice foi revisado para 0,495. "Houve desconcentração de renda, ainda que pequena", disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo. O Índice de Gini calculado a partir da renda domiciliar passou de 0,499 em 2012 para 0,497 em 2013, com a revisão. Já o índice calculado a partir da renda total caiu de 0,505 em 2012 para 0,501 no novo dado. "No índice da renda total, houve queda (da desigualdade). Nos outros, houve estabilidade", afirmou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad. "A pesquisa continha erros extremamente graves. Nos cabe pedir desculpas a toda sociedade brasileira", disse a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, em tom de desabafo.

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