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Governo vai mudar bandas de inflação fixadas com FMI

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, confirmou hoje que as bandas de inflação fixadas no acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) serão alteradas. O secretário disse que as novas bandas serão compatíveis com a meta ajustada de 8,5% de inflação para 2003 definida pelo Banco Central. "Serão muito condizentes com a trajetória planejada pelo BC", disse Levy. Ele ressaltou que na banda será incorporado o que ele classificou de "ruído da inflação", que ocorre de um mês para outro. "As bandas vão mudar, mas eu não posso dizer para que valor", disse o secretário. Segundo ele, esses primeiros meses do ano serão fundamentais para assegurar a trajetória definida. Perspectiva ampla de reformas Joaquim Leyy disse também que durante as negociações da revisão do acordo com Fundo Monetário Internacional (FMI) ficou muito claro que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma perspectiva muito mais ampla de reformas do que qualquer programa com o fundo. "O fundo entende a importância dos eventos recentes ocorridos em relação à reforma tributária e da Previdência", disse Levy, referindo-se aos esforços do governo para conseguir a aprovação das duas reformas. "O governo está olhando coisas que o fundo normalmente não olha", disse Levy, ressaltando que o governo está construindo a base para o crescimento econômico, com distribuição de renda e manutenção do equilíbrio macroeconômico. Segundo o secretário, que é principal negociador do governo com o FMI, as negociações "estão caminhando muito bem". "Estamos tendo a oportunidade de mostrar ao Fundo o progresso que o Brasil já alcançou. O quanto nesses primeiros meses já limpamos o horizonte das preocupações que haviam", disse o secretário. Para ele, as mudanças que estão sendo implementadas pelo novo governo dão segurança e que aumentam a confiabilidade no País. Acordo enxuto Levy também confirmou que na revisão do acordo com o FMI as metas fiscais estarão compatíveis com a meta de 4,25% de superávit primário das contas do setor público fixada pelo governo para esse ano. "É normal que se estabeleça algo consistente com a meta que anunciamos", justificou. Ele voltou a afirmar que o acordo com o FMI ficará mais "enxuto" nessa segunda revisão, com a redução dos "parâmetros estruturais" incluídos nos documentos oficiais. "Nos acordos antigos, tinha uma árvore de Natal desses parâmetros. Vamos reduzi-los", disse. As metas básicas, como a de superávit primário, serão mantidas. Ele não quis informar se na revisão será mantido o piso para as reservas internacionais. "Nada posso dizer a esse respeito", disse. O secretário também negou que tivesse havido algum tipo de desentendimento entre os técnicos da missão do FMI e o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini "Não existiu desentendimento", disse Levy. Berzoini se recusou a receber a missão.

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