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Governo vai reduzir meta do superávit para 2007

Decisão, que só sai oficialmente após as 15 horas, foi antecipada por Mantega

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo se reúne nesta quinta-feira, 29, para decidir se será alterada ou não a meta de superávit primário para este ano. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já adiantou à Reuters, porém, que a variação do superávit em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser reduzida. Isso porque, segundo ele, o governo vai manter em R$ 91 bilhões o volume de dinheiro a ser economizado em 2007 para o pagamento dos juros sobre a dívida pública. Ou seja, mantendo-se o valor corrente da economia e considerando que o valor em reais do PIB aumentou após a revisão de metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção em relação ao PIB automaticamente diminui. O superávit primário representa as receitas do governo menos as despesas, sem incluir o pagamento dos juros. A meta do governo para 2007 era de 4,25% do PIB e, para manter essa proporção, o governo teria que economizar mais. Mantega, entretanto, evitou comentar qual será o novo percentual, e disse apenas que o superávit primário ficará "onde está em valor absoluto". Considerando o valor do PIB de 2006 e a taxa de crescimento esperada para este ano pelo governo, de 4,5%, a economia de R$ 91 bilhões representará um superávit de 3,75% do PIB. Ele explicou ainda que, para manter a meta de 4,25%, o governo deveria fazer cortes de despesa entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões. "Isso eliminaria projetos, programas de governo e reduziria as dotações orçamentárias dos ministérios", afirmou. Mais cedo, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, havia dito que o valor do superávit primário deve ser mantido, mesmo com o novo PIB revisado pelo IBGE. "Eu acho que vamos manter o mesmo valor", afirmou, em rápida no Palácio do Planalto após a solenidade de posse de cinco ministros. Às 15 horas, a ministra Dilma coordena a reunião da Junta de Execução Orçamentária que irá decidir se alterada ou não a meta de superávit primário. Com a nova metodologia do IBGE, o PIB brasileiro cresceu mais que o inicialmente estimado nos últimos anos. Assim, todos os indicadores econômicos apurados como proporção do PIB sofreram alterações. Na publicação do decreto orçamentário para este ano, o governo já previa a possibilidade de fazer um superávit primário de 3,75% do PIB excluindo 0,50% do PIB relativo ao Projeto Piloto de Investimento (PPI). (com Leonêncio Nossa e Rosana de Cássia)

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