PUBLICIDADE

Publicidade

Governos federal, do PR e MS querem ampliar Ferroeste

Por LEONENCIO NOSSA E LEONARDO GOY
Atualização:

O governo federal e os governos dos Estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul assumiram o compromisso político de concluir o projeto da ferrovia Ferroeste, que prevê investimentos de R$ 1,3 bilhão. A idéia é ampliar a ferrovia, ligando Maracaju, no Mato Grosso do Sul, a Paranaguá, no Paraná. O assunto foi discutido hoje na reunião dos ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e dos Transportes, Alfredo Nascimento, com os governadores do Paraná, Roberto Requião, do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli e de Santa Catarina, Luiz Henrique. Até o momento, a Ferroeste tem um trecho concluído de 250 quilômetros de extensão, ligando Cascavel a Guarapuava, no Paraná. Os governadores querem estender a estrada de ferro até Maracaju, com a instalação de mais 440 quilômetros de trilhos. "A ministra Dilma e os nossos governos, do Mato Grosso do Sul e do Paraná, passam a completar os estudos para levar a Ferroeste de Cascavel a Guaíra e de Guairá para Maracaju", relatou Requião. "A decisão política é essa". André Puccinelli observou que a estrada de ferro será construída em áreas desmatadas na década de 1970, para o plantio de soja. Os trechos de ferrovia, no entanto, agilizam o transporte de soja de Mato Grosso, apontado pelo Ministério do Meio Ambiente como o Estado com maior índice de desmatamentos ilegais nos últimos cinco meses de 2007. O próprio Puccinelli apresentou estudo mostrando que a ferrovia estará ligada por estradas de Maracaju a Cuiabá e que o frete de uma tonelada de grãos com a ferrovia custará US$ 31,37, valor 38,4% menor que o cobrado em rodovias. "Se depender de nós não se exporta nada de área devastada", disse Roberto Requião. "E se dependesse de mim, nem transgênico transportaria. Mas a legislação brasileira não é definida pelo governador do Paraná", afirmou. Ele disse que não era contradição de sua parte defender uma ferrovia que vai beneficiar os produtores da soja transgênica do Centro-Oeste e, ao mesmo tempo, fazer campanhas contra os produtos geneticamente modificados.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.