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Grã-Bretanha encolhe, perspectivas para China pioram

Por MIKE PEACOCK
Atualização:

A economia britânica encolheu, a China disse que suas perspectivas são ruins e empresas do Japão à França sofreram nesta sexta-feira o aprofundamento das raízes da pior crise financeira em 80 anos. Dados dos países da zona do euro mostraram que o bloco de 15 nações já está em recessão, disseram analistas e os mercados entraram em parafuso. Os índices futuros das bolsas dos Estados Unidos tiveram uma queda tão acentuada que travaram. O futuro do Dow Jones cedeu 6,2 por cento, enquanto o principal indicador de ações da Europa cedia 7,7 por cento. Mais cedo, o mercado de Tóquio caiu quase 10 por cento, atingindo o menor patamar em cinco anos e meio. "A crise financeira global tem se espalhado e piorado de maneira constante, criando um severo choque para o crescimento econômico global", afirmou o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, durante um encontro de autoridades da Ásia e da Europa. A economia britânica amargou uma contração de 0,5 por cento no terceiro trimestre, a primeira em 16 anos, depois de ter crescido no segundo trimestre do ano. Andrew Sentance, membro do comitê de política monetária do Banco da Inglaterra, disse que o risco de uma recessão severa na Grã-Bretanha aumentou. "Felizmente, podemos evitar esse tipo de situação nas atuais circunstâncias, mas os riscos aumentaram", afirmou à rádio BBC. Para piorar o cenário, uma pesquisa com empresas mostrou que o setor privado da zona do euro segue a passos largos para ter sua pior performance desde o início da década de 1990. Em outubro, o índice Markit Eurozone Flash Purchasing Managers mostra o setor de serviços na contração mais acentuada desde o colapso após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Já a produção industrial contraiu-se no ritmo mais rápido em pelo menos uma década. Os dados, que foram piores que o esperado, são a evidência mais sólida até o momento de que a crise financeira global está afetando a economia da zona do euro. "É isso. Estamos claramente em recessão", disse Gilles Moec, economista do Bank of America. "Parece que é uma recessão séria, mais do que uma recessão suave."

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