29 de novembro de 2012 | 13h27
A presidente da Petrobrás, Graça Foster, reafirmou nesta quinta-feira, 27, que não existe previsão para um reajuste dos combustíveis. Este ano, quando da confecção do Plano de Negócios 2012-2016, a companhia pediu 15% de aumento ao governo federal, principal controlador. A solicitação não foi atendida até agora. "Não tem previsão, não tem previsão", repetiu ela, para quem a Petrobrás, este ano, "está com as contas fechadas" e "está muito bem com o caixa".
Ela defendeu a venda da participação de 40% que a Petrobrás tinha nos campos Atlanta e Oliva, na Bacia de Santos, para a empresa OGX, do empresário Eike Batista. O negócio custou US$ 270 milhões. "Temos portfólio diverso em atratividade e risco. É um volume imenso que a gente prioriza. Esse bloco não está na nossa prioridade já há algum tempo. Então, achamos um bom negócio", disse ela.
Importação de gasolina
Graça disse que a Petrobrás importou neste ano em média 80 mil barris de gasolina por mês. Em novembro, o nível é de 88 mil a 90 mil barris. Segundo ela, a tendência no próximo mês, quando o consumo historicamente aumenta por causa das férias escolares e das viagens, é que esse nível cresça ainda mais ou se mantenha estável. "Cair não vai", afirmou ela após palestra no Encontro Nacional: Mulher, Ciência e Tecnologia, promovido pela Petrobrás e pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Graça qualificou como "muito forte" a importação de gasolina pela petroleira, como forma de atender ao mercado interno, diante da insuficiência da produção nacional.
No evento ela disse ser contra a fixação de cotas dentro de empresas. Para a executiva, o ingresso e a ascensão em uma empresa como a petroleira devem ter o mérito como motivo, não o fato de o profissional ser mulher ou negro, por exemplo.
"Não concordo com cotas dentro das empresas. Nas universidades, "são justas e devidas", disse ela.
Compra de refinaria dos EUA
Graça Foster disse que a Petrobrás está à disposição do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados para explicar a compra este da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
"Somos empresa estatal, com atividades enormes. Sempre que convocados estaremos falando, explicando, justificando, demonstrando", afirmou.
De acordo com a presidente, a Petrobrás está "pronta para demonstrar" as razões do negócio. "São momentos diferentes. Há oito, dez anos atrás, a demanda por refinarias, por refinados, era muito grande, as margens estavam muito boas. Hoje temos outra situação, diferente fora do Brasil. No Brasil, vocês estão vendo o consumo de combustíveis decorrente do progresso de nossa economia. São momentos diferentes que estão sendo apreciados", disse.
A refinaria americana custou US$ 1,18 bilhão, valor 28 vezes maior do que o pago em 2005 pela ex-proprietária, a trading Astra, da Bélgica.
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