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Grandes empresas do Sul mostram vendas e lucros recordes

E as perspectivas para este ano, mesmo com dólar e juros altos, são de mais recordes

Por Agencia Estado
Atualização:

Historicamente, as 300 Maiores Empresas do Sul respondem por mais de 40% do PIB sulista e puxam cadeias inteiras de produção, influindo em praticamente toda a economia de uma região que gera cerca de 18% do PIB brasileiro. Em levantamento realizado pelo nono ano consecutivo pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com exclusividade para a revista ?Expressão?, elas tiveram em 2001 vendas recordes de 96 bilhões de reais, 12% a mais, em valores corrigidos, que no ano anterior, e apresentaram lucro recorde - 460% maior que o do ano 2000 -, de 4 bilhões de reais. As perspectivas para este ano, mesmo com dólar e juros altos, são de mais recordes. A pesquisa também revela que, desde que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mede o desempenho da agroindústria brasileira, há 10 anos, jamais houve um desempenho tão bom como o do primeiro semestre deste ano. O crescimento em relação ao semestre do ano passado foi de 8,3%, mais do dobro de qualquer outro período nesta década. Em número reais isso significa que cerca de R$ 10 bilhões a mais entrarão na renda agrícola brasileira deste ano, que deve chegar a R$ 46 bilhões, uma renda que atinge toda uma cadeia econômica, especialmente no interior, impulsionando o comércio, empregos, impostos e será o principal baluarte do crescimento do PIB nacional. Como a agro é o maior setor econômico do Sul, os efeitos dessa prosperidade refletem-se por toda região. O peso das agros nas exportações brasileiras é enorme. "Em curto prazo, a agro é a principal exportadora do país em potencial", diz o diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. O clube do bilhão O seleto clube de empresas sulistas que faturam mais de um bilhão de reais anual sentiu esse reflexo e saltou de 9 para 22 sócios. E, nessa ilustre galeria, brilham as catarinenses Bunge, Sadia, Perdigão e Seara, as paranaenses Coamo, Renault e Cimento Rio Branco e as gaúchas Varig, Gerdau, Refap e Copesul, entre outras. Parte do crescimento pode ser atribuído à entrada no ranking da FGV de empresas cuja sede fiscal se encontra fora do Sul, mas que mantêm o grosso de sua operação na região, como Gerdau, Souza Cruz e Perdigão. Em 1994, esse clube tinha um único sócio, a Varig. O grupo reflete a força das agros (seis), de energia (sete), da petroquímica (três) e das exportações, que tiveram peso no faturamento de nove delas. A Varig perdeu a liderança em vendas para a Bunge, graças ao bom desempenho da soja, uma das estrelas da economia sulista. Outros Destaques No ranking da FGV que está na revista ?Expressão?, que já está em circulação, além das agros, o outro destaque foi o desempenho das empresas de energia elétrica. No ranking das 300, que abrange 40 setores, há quatro destaques por setor - maior, maior em vendas, maior crescimento em vendas e maior rentabilidade sobre as vendas - e, das 77 empresas que bateram seus concorrentes em uma ou mais dessas categorias, nada menos que 35 devem seu bom desempenho diretamente às exportações ou aos negócios e serviços para conter a crise energética. Na Weg, por exemplo, a venda de geradores aumentou 300% e ela já é uma das grandes empregadoras do Sul. Nas barrancas do Rio Uruguai, na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande e que mais parece um canteiro de obras, mais de US$ 4 bilhões estão sendo investidos para ampliar o potencial de energia elétrica brasileiro. No ano passado, o Sul acrescentou cerca de 2,7 mil megawatts ao sistema elétrico brasileiro, boa parte deles vindo das usinas de Itá e Machadinho, nessa divisa, que contará com a construção de mais quatro usinas este ano. Esses investimentos, além de deixar o Sul longe do fantasma do racionamento, ainda fizeram a região vender energia para o Sudeste - antes a região era importadora de energia. ?Em 2002 vamos seguir crescendo, mas não como no ano passado, que foi excepcional, fora de qualquer curva de projeção de desempenho?, diz Manoel Arlindo Zaroni Torres, presidente da Tractetel, maior empresa do ranking de energia do Sul, que faturou como nunca no ano passado, cerca de R$ 2,1 bilhões, e teve lucro de R$ 582,2 milhões - um salto de 257% acima do ano anterior. O desempenho das energéticas sulistas mostrou vendas superiores a R$ 11,4 bilhões e um lucro de R$ 1,17 bilhão - cerca de um quarto do resultado obtido pelas 300 Maiores. O telefone da revista ?Expressão? é (048) 222-9000; o site, www.expressao.com.br; e o e-mail, expressao@expressao.com.br

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