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Grandes empresas européias podem sobreviver à crise por meses

Por JANE BAIRD
Atualização:

As grandes empresas européias com grau de investimento têm capital e linhas de crédito não utilizadas suficientes para sobreviver à paralisação do mercado de títulos por no mínimo mais um ano, disseram analistas da UniCredit (HVB) nesta segunda-feira. O banco revisou dados de 126 companhias --as 100 tomadoras de empréstimos não-financeiras do índice de empresas com grau de investimento Markit iTraxx Europe e as 40 maiores emissoras de títulos, descontando as superposições. "Se o mercado de títulos permanecer fechado, não deve ser uma dessas companhias que vai cair por causa disso" durante os 12 meses que seguem suas últimas declarações financeiras, disse Sven Kreitmair, co-diretor de pesquisa de crédito corporativo da UniCredit. Não foi fechado sequer um único acordo de títulos na Europa em mais de quatro semanas, desde que o Lehman Brothers entrou com pedido de falência em 15 de setembro. Diferentemente das empresas norte-americanas, que contam majoritariamente com os mercados de títulos e commercial papers para seu financiamento, as companhias européias se refinanciam na maior parte através de empréstimos bancários e atualmente têm acesso a instrumentos de capital de giro dos bancos para financiar seus gastos e outras necessidades de capital, disse Kreitmair. "A maioria desses instrumentos foi aprovada em 2006 e 2007 por um período de três a cinco anos, em condições de grau de investimento bastante atrativas, enquanto o desenvolvimento do perfil das companhias de crédito era estável e positivo e a liquidez do mercado de crédito era abundante", informou o estudo. Das 126 companhias analisadas, a UniCredit classificou a liquidez de 49 como "excelente", o que significa que seus recursos disponíveis excedem todas as dívidas que vencem no curto prazo; 41 foram classificadas como "forte", quando o dinheiro em caixa é maior que os títulos e commercial papers que vencem no curto prazo; 23 foram classificadas como "sólida", quando o dinheiro em caixa e as linhas de crédito não utilizadas superam todos os tipos de dívidas de curto prazo; e 13 como "suficiente", quando o dinheiro em caixa e as linhas de crédito não utilizadas superam os títulos e commercial papers que devem vencer. Os 13 nomes na categoria "suficiente" incluem BMW, Renault, Diageo, Henkel, Suedzucker, BP, Iberdrola, EDP, Eni, Repsol, Atlantia, Union Fenosa e HeidelbergCement.

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