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Grécia apresenta lista de reformas e Eurogrupo aprova extensão de ajuda

Acordo ainda precisará ser aprovado pelos parlamentos de alguns países da zona do euro, entre eles a Alemanha

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Por Redação
Atualização:
Reformas propostas foram consideradas um "ponto de partida" para uma conclusão bem sucedida da revisão do programa de resgate grego Foto: REUTERS/Yannis Behrakis

A primeira lista apresentada pela Grécia, das reformas a serem implementadas nos próximos meses, foi recebida e aprovada pelo Eurogrupo. Em comunicado, o Eurogrupo afirmou que a lista de medidas apresentada pelo governo grego "será mais detalhada e então acordada com as instituições, no máximo, até o fim de abril". As reformas propostas foram consideradas um "ponto de partida" para uma conclusão bem sucedida da revisão do programa de resgate grego.

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A apresentação da lista de reformas era condição para o Eurogrupo aprovar a extensão por quatro meses do programa de ajuda financeira à Grécia, conforme anunciado na sexta-feira. As reformas foram colocadas como condição para a prorrogação do socorro de 240 bilhões de euros à Grécia. O acordo ainda precisará ser aprovado pelos parlamentos de alguns países da zona do euro, como Alemanha e Finlândia, mas a expectativa é que não haja entraves.

O Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que também são credores da Grécia, consideraram positivas as negociações e se mostraram satisfeitos com a lista de medidas apresentada pela Grécia.

"Nossa impressão inicial é que o documento abrange uma ampla gama de áreas de reforma e, neste sentido, é suficientemente abrangente para ser um ponto de partida para uma conclusão bem sucedida da revisão. No entanto, como se esperava, não foi possível para as autoridades elaborar propostas concretas e compromissos que podem ser avaliados pelas instituições no que diz respeito ao crescimento, finanças públicas e de estabilidade financeira. Dado o tempo muito limitado disponível, isso é compreensível", escreveu o presidente do BCE, Mario Draghi.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, ressaltou, que a lista apresentada engloba os principais tópicos que devem estar na agenda do novo governo grego, liderado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras. "Diante disso, nós certamente poderemos apoiar a conclusão de que a lista é suficientemente abrangente para ser um ponto de partida válido para a conclusão bem sucedida da revisão" do programa grego, declarou Lagarde em carta enviada ao Eurogrupo.

Entenda. Em 2010, o país aceitou cumprir um programa de reformas e de ajuste fiscal em troca de um empréstimo do Banco Central Europeu (BCE), da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para salvar as contas do governo grego, que estavam se tornando impagáveis. A ajuda totalizou 240 bilhões de euros (cerca de R$ 756 bilhões) e teve como contrapartida uma série de medidas de austeridade. O governo de coalizão atual, que assumiu o país em janeiro, argumenta, porém, que os termos da reforma acertados no passado levam o país para uma recessão. O governo foi eleito, inclusive, com uma plataforma que ia contra o plano de austeridade proposto no passado. Teme que, se aceitar seguir com as reformas, vá contra os eleitores que o escolheram. Antes de a Grécia entrar na zona do euro, em 2001, o governo local já tinha fama de gastar mais do que arrecadava. Para conseguir a adesão ao bloco, a Grécia chegou a maquiar os dados da dívida. Depois de entrar na zona do euro, instaurou-se o otimismo. O risco dos títulos gregos diminuiu, fazendo com que o país vendesse diversos bônus no mercado e aumentasse ainda mais a sua dívida. O governo gastou mais nos primeiros anos na zona do euro e, ao mesmo tempo, não fez os ajustes necessários. A crise que assolou as principais economias do mundo em 2008 acabou com "o sonho" grego. O mercado de títulos diminuiu a liquidez e investidores estrangeiros se tornaram mais seletivos a quem iam emprestar dinheiro. Ao mesmo tempo, a crise fez a Grécia aumentar os gastos sociais, à medida que crescia o número de desempregados no país. A crise abriu os olhos da Europa para o problema: a dívida grega, que já vinha de um histórico alto, caminhava para se tornar impagável. Foi então que os empréstimos de BCE, União Europeia e FMI ao país começaram.  (Francine De Lorenzo, com informações da Dow Jones Newswires)

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