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Grécia deve precisar de novo resgate até 2013

Alguns bancos estão desistindo de esperar que o governo grego quite as suas dívidas; já as economias de Portugal e Espanha voltaram a assustar

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Por Redação
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DER SPIEGEL O Grupo Europeu de Consultoria Econômica (EEAG), formado por destacados economistas do continente, alertou que a Grécia pode precisar de um novo resgate até 2013. O atual programa grego de poupança não será suficiente para dar conta dos problemas de endividamento do país, informou o EEAG em novo relatório publicado ontem.É improvável que a Grécia promova um refinanciamento de suas dívidas por meio dos mercados financeiros depois que o atual pacote de resgate se esgotar, disseram os economistas. O governo grego enfatizou até o momento que pretende "quitar cada centavo" de sua dívida a partir de 2014, no mais tardar. O EEAG recomenda medidas drásticas para evitar que a União Europeia tenha de oferecer ajuda à Grécia no longo prazo: o país deve retomar o uso de sua moeda nacional, o dracma, ou lançar medidas de austeridade ainda mais radicais, incluindo cortes generalizados nos salários e custos. De acordo com artigo publicado pelo Süddeutsche Zeitung, alguns dos principais bancos que atuam no país já estão desistindo de esperar que a Grécia quite todas as suas dívidas. Thomas Mirow, chefe do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, acredita que uma reestruturação da dívida grega seja inevitável. "É difícil acreditar que a Grécia seja capaz de suportar um endividamento correspondente a mais de 150% do PIB no longo prazo", disse Mirow ao Süddeutsche. "Os mercados têm levado em consideração uma reestruturação desta dívida há algum tempo. A proporção deve ser reduzida para 100% do PIB para que o país possa superar os problemas atuais." Isto significaria que os credores teriam de abrir mão de mais de 30% do valor que esperam receber. A primeira greve geral do ano na Grécia foi convocada para hoje pelas centrais sindicais. Os manifestantes vão protestar contra as medidas de austeridade fiscal anunciadas pelo governo. Temor. Novas preocupações surgiram em relação a Portugal e Espanha. As finanças de Portugal também estão atraindo preocupações. Em abril o país terá de refinanciar cerca de 4,3 bilhões em títulos de sua dívida. Muitos participantes do mercado acreditam que os juros destes títulos serão tão exorbitantes que Portugal se verá obrigado a pedir a ajuda do fundo de resgate ao euro da União Europeia. Mas o governo português insiste que conseguirá solicitar aos mercados de capitais o empréstimo de novos recursos. O custo dos empréstimos concedidos a Portugal aumentou muito por causa da preocupação com as finanças portuguesas, e muitos economistas apontaram a crescente probabilidade do país seguir o mesmo rumo de Grécia e Irlanda, solicitando a ajuda internacional. "Portugal está implementando uma reconstrução financeira para atingir as metas de sua reforma fiscal. A situação é diferente daquela vivida por Grécia e Irlanda", disse o ministro português das finanças, Fernando Teixeira dos Santos, durante visita ao Japão, de acordo com reportagem publicada pela Reuters ontem.Enquanto isso, o banco central espanhol anunciou na segunda-feira que os bancos de poupança da Espanha precisam quitar empréstimos imobiliários avaliados em 217 bilhões - dos quais até 100 bilhões devem ser classificados como tóxicos.

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