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Grécia paga FMI e acordo com UE fica mais próximo

Pagamento foi visto por Bruxelas como sinal de boa vontade das autoridades gregas com os credores europeus

Por ANDREI NETTO , CORRESPONDENTE e PARIS
Atualização:

Atualizado às 8h35

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A Grécia concluiu nesta terça-feira o pagamento de um empréstimo de € 750 milhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo autoridades do Ministério de Finanças do país e do Banco da Grécia.

O representante do banco central grego disse que o valor foi transferido de uma conta emergencial da instituição ao FMI. O pagamento foi realizado após duas reuniões, na semana passada, entre o presidente do BC, Yannis Stournaras, o vice-primeiro-ministro, Giannis Dragasakis, e o vice-ministro de Relações Exteriores, Euclid Tsakalotos, que coordena as conversas de Atenas com credores internacionais.

"Para que o dinheiro fosse retirado dessa conta, o FMI precisou dar sua aprovação. Ela foi dada", disse a fonte do BC grego.

A decisão de honrar o pagamento, informada nesta segunda-feira, foi encarada em Bruxelas como um sinal de boa vontade para com os credores europeus, com os quais os negociadores de Atenas se reuniram visando um entendimento sobre as reformas econômicas a serem empreendidas pelo governo radical de esquerda de Alexis Tsipras. Depois de semanas de impasse, as partes fecharam o dia de trabalho mais otimistas.

O próximo vencimento de dívida com o FMI, no valor de € 302,5 bilhões, agora será em 5 de junho, o que não alivia a pressão, mas dá três semanas a Atenas para chegar a um acordo com a União Europeia.

O entendimento, insistiram nesta segunda-feira os negociadores europeus, é essencial para que a última parcela do plano de resgate assinado em 2012, no valor de € 7,2 bilhões, seja transferida para Atenas. Tsipras precisa de liquidez para honrar os compromissos da dívida externa e manter o funcionamento da máquina pública, mas ainda se recusa a aceitar os termos do compromisso proposto por Bruxelas sobre as reformas.

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Posição intransigente do ministro de Finanças grego, Yanis Varoufakis, incomodava membros do fórum de ministros das Finanças da zona do euro Foto: Francois Lenoir/Reuters

Nesta segunda-feira, a rodada de negociações foi aberta com uma nova equipe representando o governo grego. Em lugar do ministro de Finanças, Yanis Varoufakis, cuja posição intransigente incomodava os membros do fórum de ministros das Finanças da zona do euro (Eurogrupo), Euclide Tsakalotos, vice-ministro das Relações Exteriores, assumiu o comando das discussões. 

Saudando a mudança de posição, depois de as negociações se arrastarem desde fevereiro, o comissário europeu de Finanças, Pierre Moscovici, confirmou que o acordo no Eurogrupo está mais perto. "Nós temos um novo estado de espírito", disse o francês. "Agora, temos um método, que pode não ser o ideal, mas que funciona." 

Próximo vencimento de dívida com o FMI – no valor de € 302,5 bilhões – agora será em 5 de junho

O Eurogrupo cobra da Grécia a adoção de reformas do mercado de trabalho e da previdência social e a manutenção do programa de privatizações. 

Existe a hipótese de o governo de Tsipras convocar um referendo para definir se a população está de acordo com as exigências da União Europeia. "Nós queremos ajudar a Grécia, mas eles devem fazer a sua parte", afirmou o ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble. "Se a Grécia entende que deve realizar um referendo, que o realize." / COM INFORMAÇÕES DA DOW JONES NEWSWIRES

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