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Greenspan diz que é cedo para falar em recuperação

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, esfriou as expectativas de Wall Street sobre uma iminente recuperação econômica, ao dizer que a economia dos EUA enfrenta "significativos" riscos no curto prazo apesar de alguns sinais de melhora recentes. No primeiro pronunciamento público sobre a perspectiva da economia em três meses, Greenspan alertou que a melhora refletida nos últimos indicadores econômicos pode provar ser temporária. Essas estatísticas apenas sugerem que a perspectiva mudou de "sem dúvida negativa" para "variada", disse. "Apesar do número de sinais animadores de estabilização, ainda é prematuro concluir que as forças que inibem a atividade econômica aqui e no exterior se abateram o suficiente para permitir que uma recuperação constante se firme", disse Greenspan em um discurso em San Francisco. "Para isso acontecer, o crescimento sustentável na demanda final deve dar sua contribuição antes que os efeitos positivos da mudança de liquidação de estoques para acumulação se dissipem", acrescentou. Incertezas Greenspan disse que a perspectiva para investimentos nos negócios também permanece incerta. Por causa da queda nos lucros, as empresas cortaram investimentos no ano passado. Os lucros, contudo, ainda devem continuar fracos. "Neste ambiente de baixa inflação, as empresas perceberam um espaço reduzido para repassar aumentos de custos para os clientes", disse. Porém, os custos subiram, e "o resultado tem sido que as margens de lucro ainda estão sob pressão", acrescentou. Algum impulso Além disso, Greenspan disse que a economia conseguiu algum impulso recentemente. As empresas reduziram os estoques rapidamente e, "em breve, precisarão reduzir sua taxa de liqüidação, se eles já não fizeram isso". Isso resultará num crescimento da atividade econômica, o que impulsionará o crescimento. "Os lucros e investimentos continuam fracos e... os gastos de consumo estão em risco por causa da perspectiva de elevação das taxa de juro, possível aumento na taxa de desemprego e dos efeitos da ampla desvalorização dos preços das ações ao longo dos últimos dois anos", disse. "Mas se os mais recentes desenvolvimentos favoráveis continuarem e somarem impulso, as incertezas vão diminuir, os prêmios de risco vão cair e o investimento de capital irá crescer", acrescentou.

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